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MP pede pena suspensa para Jorge Dias por agressões a autarcas de Abrantes
Ministério Público pediu pena suspensa para Jorge Ferreira Dias que está a ser julgado no Tribunal de Santarém

MP pede pena suspensa para Jorge Dias por agressões a autarcas de Abrantes

Antigo empresário de Abrantes está acusado de três crimes de ofensa à integridade física qualificada ocorridos durante uma reunião do executivo municipal. Ministério Público fala em acto violento movido por desespero.  

Desespero e sensação de injustiça. Foram estes os motivos que levaram o antigo empresário, Jorge Ferreira Dias, a invadir a reunião da Câmara de Abrantes, em Dezembro de 2020, e a agredir dois membros do executivo e uma funcionária. Isto, na perspectiva da procuradora do Ministério Público (MP), apresentada na segunda sessão do julgamento que decorre no Tribunal Judicial de Santarém. Embora considere que o arguido tem “falta de juízo crítico” e que tem que se assegurar que a situação não volta a repetir-se, a procuradora acabou por pedir pena suspensa.

Já depois de ter sido ouvido Jorge Ferreira Dias e as testemunhas nesta e em audiência anterior, a procuradora depreende que o comportamento do arguido surgiu numa tentativa “violenta” de “exercer pressão para resolver os seus interesses”. A representante do Ministério Público acabou por desconsiderar a ameaça de morte que uma das testemunhas alega ter ouvido o antigo empresário proferir momentos antes de abandonar o edifício.

O advogado de defesa considerou mesmo que algumas das testemunhas ouvidas pelo tribunal faltaram à verdade e apelou à absolvição do seu cliente. Jorge Dias está acusado pelo MP de três crimes de ofensa à integridade física qualificada, nas pessoas do presidente da câmara, Manuel Valamatos, do vice-presidente, João Gomes, e de uma funcionária da autarquia.

Antigo empresário diz que não tinha intenção de agredir

Explicando que o cajado que levou para a reunião do executivo camarário, de 22 de Dezembro de 2020, é a sua ferramenta de trabalho enquanto pastor, Jorge Ferreira Dias garantiu ao juiz que nunca foi sua intenção agredir. O homem que mantém há vários anos um litígio com o município de Abrantes lembrou que está na miséria e que agiu em desespero. “Queria alertá-los para o que me estão a fazer”, disse.

Sobre o corte da transmissão online e em directo da reunião de câmara, Jorge Ferreira Dias considera que foi propositado para que não se visse que foi agredido a murro e pontapé pelos autarcas presentes. Situação que o técnico de informática do município, Ricardo Jorge, disse ter ocorrido por decisão conjunta da equipa.

Questionado sobre o facto de ter dito que iria lançar “granadas” na sala, o arguido explicou que se referia aos documentos que tem em sua posse e que podem provar que o município foi responsável pela falência da sua empresa de construção civil, que chegou a empregar 60 pessoas.

O longo litígio que opõe o ex-construtor civil Jorge Ferreira Dias à Câmara de Abrantes, recorde-se, teve origem no início deste século, com um desentendimento sobre a posse de um terreno na cidade. O empresário alegou que o terreno lhe pertencia e considerou existir uma apropriação indevida de um bem que era seu, através da falsificação de documentos, por parte da autarquia, na altura liderada pelo socialista Nelson de Carvalho.

Petição pública reclama justiça

A petição online a pedir justiça para o ex-empresário lançada em Abril deste ano conta com 718 assinaturas. Os signatários exigem uma investigação à Câmara de Abrantes e defendem a restituição de propriedades e uma indemnização pelos danos que Jorge Ferreira Dias sofreu ao longo dos últimos 20 anos e que fizeram com que passasse de empresário de sucesso a beneficiário do Rendimento Social de Inserção.

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