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Ministério Público investiga hipótese de crime na morte de trabalhador dos SMAS de VFX
Luís Filipe Grilo (foto DR)

Ministério Público investiga hipótese de crime na morte de trabalhador dos SMAS de VFX

Relatório produzido pela Autoridade para as Condições do Trabalho foi enviado directamente para o Tribunal de Vila Franca de Xira para ser apreciado pelo Ministério Público e não foi dado conhecimento do seu teor à câmara municipal.

Pode ter existido crime nas circunstâncias que levaram à morte de Luís Filipe Grilo, funcionário do município de Vila Franca de Xira, quando trabalhava num reservatório dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS).

A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) já concluiu o relatório sobre a ocorrência e enviou-o directamente para o Tribunal de Vila Franca de Xira, por considerar haver indícios suficientes para ser alvo de análise por parte do Ministério Público. O procurador encarregado do processo já notificou a câmara para identificar responsáveis.

O teor do relatório, explica António Oliveira, vice-presidente da câmara e presidente do conselho de administração dos SMAS, não é do conhecimento da autarquia. Por esse motivo, diz, o gabinete jurídico do município já pediu ao tribunal para que lhe seja remetida cópia. “Precisamos dessa cópia para poder enviar à seguradora e com isso sermos ressarcidos dos montantes que já pagámos (à família da vítima)”, explicou durante a última reunião de câmara.

O autarca foi questionado sobre o ponto de situação do processo pela vereadora da CDU, Regina Janeiro. O líder dos SMAS garante que todos os procedimentos ao alcance do município foram efectuados mas escusou-se a tecer comentários adicionais sobre o caso enquanto não ler o teor do relatório do ACT e enquanto este estiver a correr termos na justiça.

Luís Grilo, que deixou mulher e não tinha filhos, sofreu ferimentos graves no dia 22 de Julho quando realizava uma intervenção de limpeza num dos reservatórios de água dos SMAS na Rua Almada Negreiros, em Alverca. A explicação dada à data é que terá tocado num cabo de média tensão da EDP que passava perto do reservatório causando-lhe queimaduras graves.

O trabalhador foi transferido para a unidade de queimados do centro hospitalar de Coimbra e sujeito a diversas intervenções cirúrgicas, não tendo resistido à última, falecendo na madrugada de 9 de Setembro de 2020. O acidente aconteceu a apenas seis dias do seu aniversário. Era um trabalhador experiente e foi a primeira vez que uma situação deste tipo aconteceu naqueles serviços.

Luís Filipe Grilo era natural de Lisboa mas há várias décadas que vivia em Vila Franca de Xira. Tinha 51 anos e era filho de Artur Fernando Grilo e Maria do Carmo Grilo. O funeral realizou-se no crematório de Elvas.

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