
Recenseadores de Vialonga e Póvoa à espera de receber do INE
Há quem lhes chame por brincadeira os “Encalhados do INE”: candidataram-se para serem recenseadores nos últimos Censos mas o dinheiro prometido por dois meses de trabalho ainda não caiu na conta. Há quem esteja desempregado e recorra à ajuda de familiares enquanto espera pelo pagamento.
Os recenseadores que o Instituto Nacional de Estatística (INE) contratou para assegurar o serviço nas freguesias de Vialonga e Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa continuam sem receber o que lhes foi prometido, quase dois meses depois do trabalho enquanto colegas de outros concelhos já receberam.
O alerta foi deixado na última semana a O MIRANTE por vários trabalhadores que, não dando a cara com receio de represálias, afirmam estar revoltados com a demora no processo que, dizem, já devia ter ficado concluído. Em alguns casos estão em causa valores superiores a 1.800 euros. O recenseamento da população começou em Abril e terminou a 13 de Junho.
No entanto, o INE explica a O MIRANTE que, em regra, o contrato de trabalho assinado entre os recenseadores e o INE tem data prevista de termo apenas no dia 31 deste mês, pelo que os pagamentos estão a ser efectuados “à medida que os trabalhos de recolha e controlo de qualidade de cada área greográfica se encontram concluídos”, garantindo que não há, por isso, qualquer atraso nos pagamentos. O instituto garante que as verbas necessárias para proceder aos pagamentos já foram transferidas para a câmara municipal.
Para alguns recenseadores de Vialonga, que se encontram desempregados, o dinheiro é absolutamente vital para pagar as despesas de casa. A agravar a situação está o facto das prestações de desemprego terem sido suspensas ou reduzidas para quem estava nos Censos. Por isso há já quem esteja a recorrer à ajuda de familiares enquanto espera pelo cheque do INE.
O pagamento é feito em função do número de alojamentos que cada um recenseasse e os pagamentos estavam estabelecidos ao pormenor: desde 80 ou 100 euros pela formação, conforme residam a mais ou menos de 15 quilómetros do local onde era prestada, 30 euros para compra de álcool gel e máscaras e um bónus de produtividade: 20% para quem completar o trabalho em seis semanas, 10% para completar em sete semanas e 5% para quem completar tudo em oito semanas.
