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Apenas três concelhos do distrito não perderam população na última década
A perda de população é transversal a praticamente toda a região

Apenas três concelhos do distrito não perderam população na última década

Dados revelados pela Pordata são alarmantes no que toca à quebra demográfica com Santarém, Tomar e Abrantes no topo.

Os dados são alarmantes no distrito de Santarém no que toca à perda de população: entre 2010 e 2019 apenas três dos 21 municípios não registaram quebra demográfica - Benavente, que passou de 28.738 para 30.408 habitantes; Entroncamento, que subiu de 20.147 para 21.386; e Vila Nova da Barquinha, que subiu de 7.338 para 7.432 habitantes.

Os dados são da Pordata, projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que fez um retrato dos 308 municípios do país em ano de eleições autárquicas e numa altura em que se comemorou o Dia Mundial da População, que se assinala a 11 de Julho. É verdade que estes dados compilados já têm ano e meio, mas a realidade não deve ter mudado muito na maior parte dos concelhos. Os dados dos Censos 2021 o dirão.

Santarém, Tomar e Abrantes são os concelhos onde a perda de população foi mais notória. Na capital de distrito, a quebra foi superior a 5 mil habitantes, de 62.453 para 57.410 em nove anos. Tomar perdeu 10% da sua população, passando de 40.911 para 36.825 habitantes, e Abrantes também, de 39.637 para 35.254 pessoas.

A perda de população na maior parte dos concelhos do distrito de Santarém já se vem verificando há algumas décadas. A quebra gradual da taxa de natalidade, a emigração e a migração para a Área Metropolitana de Lisboa e outros pólos urbanos mais relevantes do país têm desfalcado a região de capital humano, sobretudo jovens. E a atractividade de gente de outras regiões ou de imigrantes não tem conseguido inverter essa tendência.

Entre os concelhos que perderam mais de mil habitantes entre 2010 e 2019 estão ainda Alcanena (13.932 – 12.835); Coruche (20.085 – 17.550); Mação (7.451 – 6.295); Torres Novas (36.825 – 34.952); e Ourém (46.071 – 44.056).

Num patamar mais moderado estão Almeirim (23.335 – 22.558); Alpiarça (7.747 – 7.073); Cartaxo (24.485 – 23.792); Chamusca (10.125 – 9.225); Constância (4.039 – 4.016); Ferreira do Zêzere (8.679 – 7.974); Golegã (5.488 – 5.357); Rio Maior (21.229 – 20.360); Salvaterra de Magos (22.113 – 21.282) e Sardoal (3.960 – 3.740).

Vila Franca de Xira e Azambuja crescem

Já no distrito de Lisboa, mas ainda na área de abrangência de O MIRANTE, Vila Franca de Xira e Azambuja são o espelho do que é a atractividade de população à medida que nos vamos aproximando de Lisboa. Vila Franca de Xira cresceu de 136.224 para 141.780 habitantes entre 2010 e 2019 enquanto Azambuja passou de 21.818 para 22.581 habitantes.

À margem

Crescei e multiplicai-vos

O fenómeno da quebra demográfica do interior parece imparável e só uma improvável reconfiguração da nossa sociedade, uma revolução de mentalidades e de políticas poderia levar, senão à sua inversão, pelo menos à sua mitigação e amortecimento.

A queda acentuada da natalidade nas últimas décadas é um fenómeno social que não tem encontrado respostas assertivas e eficazes nem motivado grande interesse ou preocupação entre a população. Hoje pensa-se, sobretudo, no momento e quem vier a seguir que feche a porta.

Numa sociedade cada vez mais individualista, hedonista, virada para a fruição dos prazeres imediatos e superficiais da vida; num país com salários baixos e uma carga fiscal pela hora da morte, ter filhos (sim, no plural!) é cada vez menos uma prioridade para a maioria dos nossos jovens. E contra isso pouco ou nada há a fazer. Porque se um Governo nos pode obrigar a usar máscara, não nos pode obrigar a procriar....

Apenas três concelhos do distrito não perderam população na última década

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