Figuras do PS fizeram campanha eleitoral em Azambuja sem saberem onde estavam
Marcos Perestrello é o caso mais flagrante de alguém que vai participar numa apresentação de candidatos do PS, num concelho de um distrito pelo qual foi eleito deputado, e que nem sequer sabe que a terra anda com um problema com um aterro sanitário.
Azambuja anda há muito tempo às voltas com o aterro que a população contesta e que os autarcas não conseguem acabar, mas o secretário nacional do PS, Marcos Perestrello, está completamente a leste da situação. O político que em Lisboa está a um passo de Azambuja participou na apresentação dos candidatos do PS no concelho, no sábado, 17 de Julho, mas nem sequer tentou perceber os temas da actualidade de uma terra que pertence ao círculo eleitoral, Lisboa, pelo qual foi eleito deputado.
Marcos Perestrello admitiu perante O MIRANTE não estar por dentro do problema do aterro no concelho, mas mesmo assim tentou ensaiar uma saída airosa para o embaraço, dizendo que a questão deve ser resolvida pelos eleitos locais, em conjunto com a população. Perestrello ainda puxou pelas muletas políticas dizendo que a situação deve ser resolvida “tendo em conta os interesses de todos”, até porque “a população precisa de ter locais onde depositar o lixo”. Convém dizer que o aterro recebe resíduos industriais banais e que essa é uma das causas da contestação.
Quem estava mesmo noutro planeta era o secretário-geral adjunto do Partido Socialista, José Luís Carneiro, que, apesar de ter sido membro da comissão de Coesão Territorial, tem a desculpa de ter a cabeça no norte, já que foi presidente da Câmara de Baião e presidente da Federação do PS do Porto. Carneiro disse logo não conhecer Azambuja, pelo que nem sequer ensaiou umas palavrinhas de circunstância perante a jornalista de O MIRANTE.
Marcos Perestello respondeu a outra pergunta que O MIRANTE tinha preparado para os tubarões do partido que foram tentar dar ânimo ao candidato Silvino Lúcio, actual vice-presidente da câmara, sobre as implicações de o concelho estar agarrado à área da logística e não haver grande diferenciação da estrutura económica local. O deputado por Lisboa é de uma opinião que não é carne nem peixe, dizendo que o concelho deve apostar em novas áreas de crescimento, como a agricultura, embora considere que a logística é fundamental para o concelho devido à sua proximidade à capital.
