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Trapalhada deixa seniores do Vialonga sem competir durante 2 anos
Dirigentes do Vialonga estão inconsoláveis e dizem-se traídos e abandonados pela Associação de Futebol de Lisboa

Trapalhada deixa seniores do Vialonga sem competir durante 2 anos

Clube diz-se enganado e traído pela Associação de Futebol de Lisboa. Presidente da comissão administrativa do clube diz que a partir de agora não acreditará na palavra de mais ninguém no “mundo cão do futebol”.

Enganados, traídos e fintados pelas costas pela Associação de Futebol de Lisboa (AFL). É desta forma que os dirigentes da comissão administrativa do Grupo Desportivo de Vialonga (GDV) dizem sentir-se perante a recente decisão do conselho de disciplina daquele órgão que condenou o clube a descer de divisão, pagar uma coima de 800 euros e ficar impedido de competir durante os próximos dois anos por ter desistido do campeonato em Junho passado.

A 9 de Junho foram detectados oito casos de infecção por Covid-19 no plantel sénior que disputava o campeonato distrital da 1ª divisão da AF Lisboa. Os dirigentes contactaram as entidades de saúde e quase todo o plantel e equipa técnica foram obrigados a ficar em casa a cumprir isolamento profilático.

Segundo os novos regulamentos, uma equipa que tivesse no mínimo sete casos Covid não teria de comparecer ao jogo e ele seria reagendado para data posterior. Como o campeonato estava praticamente a terminar – a 30 de Junho - havia poucas datas para reagendar os encontros. O clube ponderou entrar em campo com a equipa de juniores e foi aqui que o problema começou.

“Ligámos a directores executivos e ao vice-presidente da AFL, tendo-nos sido dito que se jogássemos com juniores iríamos desvirtuar o campeonato porque ainda havia equipas a lutar pela manutenção e por isso sugeriram-nos de forma bastante assertiva que pudéssemos desistir do campeonato – já que íamos descer de qualquer forma – para permitir que ele terminasse e as classificações de subida e descida fossem homologadas”, lamenta o presidente do Vialonga, Ricardo Antunes.

AF Lisboa dá o dito por não dito

Os dirigentes do Vialonga ainda questionaram se esse acto não teria consequências para o clube e terá sido assumido pela AFL que tal não aconteceria, já que um surto de Covid é motivo de força maior para abandonar a competição. No entanto, dias depois da desistência, o clube foi confrontado com um processo sumário da mesma AFL considerando que não tinha havido motivo para a desistência e que, por isso, estava condenado.

No entanto, e estranhamente, a AFL registou “com apreço” que, em face do espaço temporal ainda disponível para o fim da presente época desportiva, a desistência do Vialonga tenha sido “reveladora de bom senso” permitindo a conclusão da primeira volta do campeonato. Seguiu-se uma troca de contactos entre as duas entidades e um recurso do clube que viria a ser indeferido pelo conselho de disciplina, por unanimidade.

O Vialonga recorreu ainda para o conselho de justiça da AF Lisboa, onde também não lhe foi dada razão. “A partir de agora, neste mundo cão do futebol não vou acreditar na palavra de mais ninguém. Se pautamos a nossa vida pela palavra das pessoas temos de agir dessa forma. Não podemos dizer uma coisa e fazer outra. Isto que nos aconteceu não foi ético. Estamos muito desagradados e revoltados”, lamenta o dirigente.

“Temos jogadores a chorar”

O clube, que luta por se manter de portas abertas devido a uma delicada situação financeira, vê-se agora confrontado com mais um problema. Mesmo assim os dirigentes prometem, com recurso a um advogado, ir até “às últimas instâncias” para repor o bom nome do clube e serem ressarcidos dos custos que toda a situação causou. Além da perda de bilheteira o clube vai sofrer quebras nas receitas dos apoios municipais ao movimento associativo e perdas com os patrocinadores que já tinham aceite acompanhar o clube na próxima época.

Os dirigentes não se conformam, dizem ter sido tratados injustamente pela AFL e garantem que já tinham boa parte da próxima época preparada e em fase adiantada. “Houve atletas que quando receberam esta notícia choraram. Estamos a lidar com pessoas, não estamos a lidar com números. Pergunto a estes iluminados se um surto de Covid não é um motivo de força maior que nos obrigue a desistir então o que é? Só se morrermos todos”, critica.

O MIRANTE questionou a AFL sobre este assunto mas não recebeu qualquer resposta até ao fecho desta edição.

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