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2021 Odisseia em Azambuja e outros filmes de fricção científica

Exuberante Manuel Serra d’Aire

Entrou na moda o turismo espacial mas, infelizmente, só está ao alcance de quem tem cabedais para andar de foguetão ou tem acesso facilitado ao crédito bancário, como o comendador Berardo e o ex-presidente do Alverca tiveram em tempos de vacas gordas e desavergonhadas. Para quem é teso ficam alternativas do tipo vá para fora cá dentro ou, então, viajar para outros mundos através de livros como “Viagem ao Centro da Terra” ou “2000 Léguas Submarinas”. São experiências igualmente inolvidáveis, embora não envolvam a excentricidade e o capricho que é ir ao espaço e voltar em 11 minutos por 200 mil euros.

A prova de que podemos viver experiências marcantes por meia dúzia de tostões, sem a necessidade de assaltarmos um banco para ir ao espaço, forneceu-a o secretário nacional do PS, que se chama Marcos Perestrelo. O ilustre turista aterrou há uns dias em Azambuja, para participar na apresentação dos candidatos do PS às autárquicas, e foi como se tivesse chegado a Marte, tal foi o espanto e desconhecimento revelado acerca da realidade local.

É bom que se diga que o tal secretário nacional socialista até é deputado pelo distrito de Lisboa, a que pertence Azambuja, e vive ali a escassas dezenas de quilómetros. Pelo que seria natural, por exemplo, que soubesse que existe na terra, há largos meses, uma forte contestação popular e de autarcas (alguns do seu partido) ao aterro sanitário que ali funciona. Mas não, o turista vindo da capital não fazia a mínima ideia do que se passava em tão remotas paragens e para ele tudo foi uma descoberta, uma experiência única vivida entre os indígenas. Com a vantagem de ter durado mais de 11 minutos e de ter sido praticamente de borla.

O empresário que tem uma disputa assanhada há muitos anos com a Câmara de Abrantes foi condenado pelo Tribunal de Santarém por ter invadido uma reunião de câmara e ter chegado a roupa ao pêlo a dois autarcas e uma funcionária. O homem foi condenado a um ano e meio de prisão com pena suspensa e, pior do que isso, foi proibido de votar e de ser candidato em eleições durante dois anos. Se a moda pega, por este andar vamos ter cada vez mais dificuldade em arranjar candidatos para as listas e a abstenção vai disparar.

E, por falar em eleições, dizia o antigo dirigente socialista e ex-ministro Jorge Coelho, já falecido, que “os independentes são muito imprevisíveis”. Mas o PS do Entroncamento não pode dizer o mesmo em relação ao presidente da câmara local - que representa o PS mas é independente - pois é conhecida e reconhecida há muito tempo a sua faceta de “quero, posso e mando”, mesmo que seja na casa dos outros. E foi isso que aconteceu agora: Jorge Faria venceu o braço-de-ferro com o PS (o que não é para todos) e, depois de ameaçar retirar a candidatura, conseguiu impor as suas escolhas na lista. Nada de estranhar, tendo em conta o historial de Faria pelo menos desde os tempos em que dirigia a Escola Superior de Gestão de Santarém. Quem sabe nunca esquece!

Um abraço sideral do

Serafim das Neves

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