
Deslizamento de terras em Abrantes põe garagens em risco
Estruturas confinantes com terreno camarário estão em risco de derrocada. Município de Abrantes pediu avaliação ao LNEC mas o problema arrasta-se há meses sem solução.
Há garagens em risco de derrocada devido a um deslizamento de terras em terreno contíguo. A situação requer uma intervenção urgente, alertam alguns moradores da Rua Amélia Rey Colaço, em Abrantes, que temem o pior e já tiveram que retirar os bens das estruturas devido ao perigo que representam.
Jorge Lains, um dos proprietários de duas das três garagens em risco, alertou a O MIRANTE que o aluimento de terras começou há três meses e tem vindo a sofrer abatimentos sucessivos. Além de temer ficar sem as garagens, conta que já teve um prejuízo brutal ao ver-se obrigado a desfazer-se de grande parte dos equipamentos, inclusive de mobiliário.
Por receio que a situação comece a afectar outras garagens e se arraste até “acontecer uma desgraça”, Jorge Lains tem alertado o construtor das garagens, que também é proprietário de uma das garagens afectadas, e a Câmara de Abrantes. “O buraco que inicialmente tinha 80 centímetros tem neste momento cerca de quatro metros e menos 300 metros cúbicos de matéria que vai escoando com a água”, sustenta.
A câmara municipal conhece a situação e tem solicitado um estudo ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que já esteve no local a fazer uma avaliação. “O que se está a fazer é a averiguar a causa do deslizamento de terras para, de seguida, se verificar quem terá a responsabilidade de intervir”, disse a O MIRANTE o vice-presidente do município, que detém o pelouro das obras, João Gomes.
As garagens, edificadas em terreno privado confinam com um terreno que é propriedade da Câmara de Abrantes e onde passa uma linha de água e um colector de saneamento. “Se o deslizamento estiver a ser provocado por um erro da construção [das garagens] iremos avisar o proprietário”, caso seja por causa da linha de água ou colector será a autarquia a assumir as obras de estabilização.
Enquanto não se realizar a intervenção os proprietários das garagens em risco não poderão utilizá-las estando o seu “acesso restringido por precaução porque podem ruir a qualquer momento”, acrescentou João Gomes. O MIRANTE tentou, sem sucesso, obter mais esclarecimentos junto do LNEC.
