Os transportes municipais que nem sequer nos levam à aldeia vizinha
Há alguns anos alguns municípios da região, no âmbito das suas políticas paroquiais, criaram transportes próprios, que levam as pessoas do adro da igreja à mercearia da esquina, de duas em duas horas, mas que não levam ninguém à aldeia vizinha, que fica mais perto que algumas zonas da terra.
Estes transportes liliputianos que, na melhor das hipóteses, levavam idosos a arejar as vistas, antes deles ficarem presos nos lares e alguns miúdos para as escolas nos dias em que havia escola presencial, funcionam em regime de funcionalismo público, não circulando os autocarros, nem à noite, nem aos fins-de-semana e feriados.
E assim se gasta dinheiro, ignorando-se os municípios uns aos outros porque no mundo autárquico cada concelho é uma quinta e cada autarca um quinteiro que pouco se rala com o que se passa para além das suas vedações sabendo que isso é que faz de si um bom autarca aos olhos de muitos eleitores.
E esses eleitores estão felizes porque podem proclamar, com genuíno orgulho bairrista, que a sua terra é a melhor do mundo. E assim continuamos sem transportes, neste lindo Ribatejo, mas muito contentes porque há... boas acessibilidades!
Fernando de Carvalho