Perante as complicações que têm sido sentidas nos últimos dias no centro de vacinação Covid-19 de Vila Franca de Xira o hospital da cidade ofereceu-se para ajudar a vacinar até 500 pessoas, duas vezes por semana, mas a ideia não foi acolhida pelo grupo de trabalho que coordena a vacinação a nível nacional.

A informação foi avançada na última semana por Alberto Mesquita, presidente do município, reagindo a uma nova vaga de críticas por parte da CDU face à forma como está a funcionar a vacinação no concelho. Apesar de alguns dias de aparente normalidade, em muitos outros a situação é complicada, gerando filas de espera de dezenas de pessoas. Muitas têm desistido de levar a vacina para não estar várias horas à espera de pé e ao sol. Alberto Mesquita enviou um ofício dando conta da disponibilidade do hospital em concretizar esse reforço de vacinação mas a resposta foi negativa.

“O vice-almirante Gouveia e Melo respondeu-nos claramente que os centros de vacinação serão criados sempre que haja necessidade para isso. A ideia do hospital é uma atitude solidária mas não resolve grande coisa porque a situação assim como nasceu, morreu de seguida, porque as instruções do vice-almirante foi de que não deveria haver vacinação nem naquele nem em nenhum outro hospital”, critica Alberto Mesquita.

O autarca diz que é preciso olhar com atenção para a situação que está a acontecer em Vila Franca de Xira para que se perceba se o desdobramento dos centros de vacinação deve ou não ser concretizado. Nas últimas semanas tem sido defendida a criação de um segundo centro de vacinação a sul do concelho mas as entidades responsáveis também o têm recusado.

“Podemos melhorar bastante o que está a ser feito. A responsabilidade da vacinação em termos técnicos não é da câmara. Temos feito tudo o que nos têm pedido. Há dias em que tudo corre bem e outros em que é um suplício com as pessoas a ficarem lá de pé durante horas”, lamenta o autarca.

Quase 100 mil vacinados

No concelho já foram vacinadas até ao momento 97 mil pessoas e a meta é ter 70 por cento da população vacinada até Setembro. A situação, como O MIRANTE já deu nota, está a exigir bastante dos profissionais de saúde que estão exaustos e à beira da ruptura sem terem quem os possa render ou substituir em caso de doença.