A empreitada de requalificação e remodelação do mercado municipal de Santarém não deverá estar concluída este ano, pelo menos pela estimativa da empresa que se encontra a realizar as obras. A Habitâmega – Construções S.A. Pediu recentemente à Câmara de Santarém a prorrogação do prazo da empreitada em 154 dias, prevendo o fim dos trabalhos para o dia 17 de Fevereiro de 2022.

Na reunião de câmara de 26 de Julho, onde esse ponto foi aprovado, o presidente do município, Ricardo Gonçalves, reconheceu que “tem sido uma obra complicada”, tendo manifestado a esperança de que a empreitada possa estar concluída até final deste ano.

As obras de requalificação do mercado municipal de Santarém iniciaram-se no dia 13 de Agosto de 2019, foram adjudicadas por cerca de 2 milhões de euros e tinham um prazo de execução previsto de um ano. Só que com o início dos trabalhos descobriu-se que o edifício, construído em 1930, assentava directamente no terreno, sem qualquer tipo de fundações. A obra esteve suspensa um ano, para realização de trabalhos extraordinários de reforço estrutural de paredes e fundações, e só foi retomada em Março de 2021.

Uma situação “imprevisível” e que, por isso, não constava no caderno de encargos da obra, explicou na altura o presidente da Câmara de Santarém. Essa intervenção inesperada fez aumentar o custo da empreitada em cerca de 400 mil euros.

O empreiteiro, no plano de trabalhos reformulado e pedido de prorrogação do prazo agora apresentados, refere ainda que se encontra a apurar os custos associados a esta prorrogação de prazo, que apresentará oportunamente à Câmara de Santarém.

A empreitada em curso prevê a recuperação integral do espaço, com o objectivo de reparar os danos estruturais existentes e, ao mesmo tempo, criar uma área mais moderna e multifuncional, destinada a ser vivida diariamente. Os vendedores estão instalados provisoriamente na Casa do Campino.

Concurso para concessão a privados chumbado

A polémica em torno do mercado municipal de Santarém não se restringe às obras. A maioria PSD na câmara tem como intenção concessionar a privados a gestão do espaço mas a proposta para abertura de um concurso público com essa finalidade foi chumbada pela assembleia municipal realizada em 8 de Março deste ano. A proposta apresentada pela câmara, de maioria PSD, colheu 20 votos favoráveis e 22 votos contra, de PS, CDU, BE, PSD e CDS. Após as eleições autárquicas se verá o que pretende o novo executivo fazer.

A proposta apontava para um prazo de concessão da gestão do mercado de 20 a 25 anos deixando de fora o torreão onde ficará instalado o posto de turismo e impondo como condições que, em todo o mercado, apenas possam ser vendidos produtos alimentares (comidas e bebidas) e produtos (artesanato) regionais.