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“A impotência de ver a nossa casa consumida pelas chamas é algo inexplicável”
Tempos difíceis já lá vão e a vida de Hélder e Liliana está a mudar para melhor

“A impotência de ver a nossa casa consumida pelas chamas é algo inexplicável”

Seis meses após incêndio que lhes destruiu a casa família de Foros de Salvaterra já sonha passar o Natal com a habitação reconstruída. Apoio da comunidade tem sido fundamental.

Seis meses após o incêndio que destruiu grande parte da casa de Liliana Fresco e Hélder Monteiro, em Foros de Salvaterra, o casal continua a reconstruir o que falta para poder voltar a viver em condições. Um curto-circuito na arca frigorífica destruiu grande parte da habitação na madrugada de 5 de Fevereiro deste ano. Liliana e Hélder tentam recomeçar de novo mas admitem que, no início, lhes faltou força. “Se não fossem as muitas ajudas que tivemos e o apoio de familiares, amigos e algumas pessoas que nem conhecemos, não sei se teríamos tido coragem de recomeçar”, confessa Liliana Fresco, de 46 anos.

O fogo destruiu toda a cozinha e a sala e os quartos também ficaram impossíveis de habitar. No dia seguinte já havia pessoas a voluntariarem-se para ajudar a reconstruir a casa. Através das redes sociais e de amigos foram-lhes oferecidos electrodomésticos e mobília que estão guardados para quando a reconstrução da casa estiver terminada. Nas primeiras semanas Liliana e Hélder dormiram em frente à sua casa, numa auto-caravana que os cunhados tinham comprado recentemente. Entretanto, passaram a dormir numa das divisões onde a filha, Raquel, tinha o seu ateliê.

A filha e a mãe de Hélder, que viviam na mesma casa, estão em casa de familiares até que a casa esteja pronta. O casal tem esperança de voltar a dormir no seu quarto no início de Setembro, pois só falta pintar e ligar a electricidade. E espera poder passar o próximo Natal já com todas as condições. Hélder Monteiro e Liliana Fresco trabalham e assim que chegam a casa vão reconstruindo o que falta. Liliana emociona-se ao recordar a noite do incêndio e tudo o que passaram desde esse dia.

“A impotência de ver a nossa casa ser consumida pelas chamas é algo inexplicável. Nunca pensei passar por uma situação destas. Queremos refazer as coisas o mais rápido possível mas sabemos que as coisas levam tempo e temos que ter paciência”, afirma Liliana Fresco. Ao todo já gastaram cerca de 30 mil euros a recuperar a casa e o salário que recebem todos os meses é à conta para as despesas. “O apoio de todas as pessoas que nos ajudaram foi fundamental para conseguirmos dar a volta”, sublinha o casal.

Fogo começou quando dormiam

Como O MIRANTE noticiou (ver edição 18 de Fevereiro de 2021), a filha do casal, Raquel Monteiro, estava a dormir quando começou a ouvir estalidos fora do seu quarto. Tentou ligar a luz mas não conseguiu. Ligou a lanterna do telemóvel e abriu a porta do quarto e só viu labaredas e fumo. O instinto foi fechar a porta e sair pela janela. Gritou pelos pais. A mãe também já tinha acordado e viu um grande clarão de fogo por baixo da porta. Tanto ela como o marido saíram pela janela.

A avó de Raquel foi retirada do quarto com a ajuda de um dos cunhados de Liliana, que mora na casa em frente. A senhora, de 72 anos, chegou a ser transportada ao Hospital Distrital de Santarém por ter problemas de asma. A família ainda arrombou a porta da rua e tentou abafar o fogo com uma carpete mas não conseguiu.

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