Câmara de VFX desiste de tomar posse da marina da cidade
Investigação do Ministério Público foi arquivada e um acordo entre o clube que gere o equipamento e a empresa que o construiu permite que a marina se mantenha a funcionar.
O município de Vila Franca de Xira recuou na intenção de tomar posse administrativa da marina da cidade por considerar que esta já não corre perigo de fechar portas. A informação foi avançada pelo presidente do município, Alberto Mesquita, à margem de uma visita à Póvoa de Santa Iria na última semana.
“Neste momento a questão da marina está a ser tratada entre a comissão administrativa do União Desportiva Vilafranquense e a empresa e do que sei já existe um acordo entre as partes e está a ser cumprido um plano de pagamentos”, explica o autarca a O MIRANTE.
A marina esteve à beira de fechar portas em 2017 depois da empresa que a construiu em 2003 ter reclamado uma dívida a rondar os 220 mil euros que nunca terão sido pagos pelo clube, apesar de parte da verba - cerca de 170 mil euros - ter sido transferida pela câmara para pagar a sua parte da obra.
O caso chegou a ser investigado pelo Ministério Público mas acabou arquivado porque os dois principais dirigentes à data já morreram e não há documentação que mostre o paradeiro do dinheiro. Mesmo que tivesse havido culpabilidade nos actos de gestão, esta extinguiu-se com a morte dos decisores.
Ainda assim Alberto Mesquita continua a defender que se fosse mais longe e se apurasse o que aconteceu ao dinheiro transferido pelo município. “Temos conversado com a empresa e ela tem sido muito compreensiva ao longo de todos estes anos e por nunca ter retirado a marina, porque o podia fazer. Isso seria um problema gravíssimo mas a câmara tem estado a encontrar soluções”, explica.
Uma delas foi realizar pequenos trabalhos de melhoria na marina, como a reparação dos pontões e a concretização de uma complexa e demorada dragagem do rio na zona da marina, obras que já foram realizadas. “A dragagem do espaço deu-nos água pela barba por não ser da nossa competência. Estivemos três anos à espera que as entidades responsáveis nos deixassem realizar essa obra”, lamenta o autarca.