O parque de estacionamento subterrâneo do Vila Franca Centro, adquirido em 2019 pela Câmara de Vila Franca de Xira, está de tal forma degradado e a precisar de obras que tão cedo não vai abrir portas e, pior, vai exigir um investimento mais avultado que o inicialmente previsto.

O desabafo foi deixado na última semana pelo presidente do município, Alberto Mesquita, à margem de uma visita ao Forte da Casa. O autarca tinha a expectativa de abrir o estacionamento em Julho passado mas já avisou que, afinal, tão depressa o parque não abrirá portas à população.

“Da avaliação que fizemos aquilo está tão degradado que será preciso um investimento muito grande e muito maior do que inicialmente prevíamos”, afirma o autarca. O valor inicial previsto para as obras, a rondar os 200 mil euros, já não vai chegar para os trabalhos que são necessários fazer. “Vai ter de ultrapassar esse valor largamente”, admite o autarca, sem revelar em concreto quanto será necessário. Além dos problemas estruturais há questões de segurança que levantam preocupações.

“A câmara tem tentado resolver os problemas de segurança com a Polícia. Tapamos de um lado e há logo quem arrombe as portas e janelas do outro. Há pessoas que continuam a viver lá dentro. Não digo que o centro e o parque estejam numa situação caótica mas anda lá perto. Está muito difícil de se resolver”, confessa o autarca.

Além do lixo e sujidade acumulada há muitas infiltrações provenientes do topo do edifício que é propriedade privada. “Não podemos abrir o parque sem tratar das infiltrações primeiro. A nossa intenção foi comprar o estacionamento para o meter à disposição da população. Mas depois apareceram obstáculos e dificuldades inesperadas que fazem com que não consigamos resolver o que queríamos”, lamenta Alberto Mesquita.

Já foram gastos pelo município 200 mil euros a adquirir à banca o parque subterrâneo e os lugares do piso superior do devoluto centro comercial, que representa no total 188 lugares. A entidade bancária dona do espaço chegou a pedir 800 mil euros e o negócio esteve quase para ser fechado por 400 mil, mas a necessidade de obras fez descer o preço final para os 200 mil. A ideia era permitir à população estacionar no local pagando 65 cêntimos por hora.

Na Rua Alves Redol, onde o estacionamento também é taxado pela câmara da mesma forma, o rendimento anual do município ronda os 100 mil euros e por isso a expectativa era de que o município pudesse recuperar o investimento de aquisição e reabilitação, na totalidade, ao fim de cinco anos.