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Requalificação do Cineteatro São Pedro em Abrantes vai ficar mais cara
Manuel Valamatos (ao centro) com elementos da associação Iniciativa de Abrantes a quem o município adquiriu o imóvel em 2020

Requalificação do Cineteatro São Pedro em Abrantes vai ficar mais cara

Empresas que concorreram ao concurso consideraram que o valor base definido, de 1,8 milhões de euros, é escasso para a empreitada. Câmara de Abrantes vai rever em alta o valor e lançar novo procedimento.

O concurso público lançado pela Câmara de Abrantes no valor de 1,8 milhões de euros, para a requalificação do Cineteatro São Pedro, em Abrantes, ficou por adjudicar. Todas as empresas concorrentes apresentaram valores superiores ao preço base definido pela autarquia e foram, por esse motivo, excluídas.

A informação foi avançada na última reunião do executivo pelo presidente do município, Manuel Valamatos. O autarca acrescentou que a câmara municipal vai rever o valor da obra e abrir um novo procedimento concursal. “Ultimamente a concorrência é imensa e os valores dos materiais dispararam de forma muito acentuada na construção civil. Ninguém apresentou o valor de acordo com o caderno de encargos”, disse.

Sublinhando a importância daquele edifício “do ponto de vista cultural” para o concelho, o autarca socialista adiantou ainda que o novo concurso terá que ser lançado o mais breve possível para não pôr em risco o financiamento do quadro de apoio comunitário.

A reconstrução e ampliação do cineteatro São Pedro vai demorar cerca de ano e meio. Os trabalhos incluem a construção de novos camarins, ampliação do palco e instalação de um monta-cargas de apoio, reconstrução das escadas e remodelação da plateia com novo perfil de inclinação, cadeiras novas e lugares reservados para pessoas com mobilidade reduzida. O sistema de climatização passa a ser feito pelo pavimento e o espaço vai ficar dotado de tratamento acústico e terá uma nova cafetaria e zona de esplanada.

O edifício, recorde-se, está fechado desde Janeiro de 2018 depois de ter terminado o contrato de comodato que o município tinha assinado, 19 anos antes, com a sociedade Iniciativas de Abrantes. A Câmara de Abrantes, na altura presidida por Maria do Céu Antunes, actual ministra da Agricultura e a Iniciativas de Abrantes nunca se entenderam sobre o negócio, tendo sido o actual presidente da câmara a resolver o impasse, ao adquirir o imóvel por 470 mil euros.

Dois concursos sem adjudicação num mês

Em pouco mais de duas semanas esta foi a segunda vez que um concurso público lançado pelo município de Abrantes ficou por adjudicar. Em Julho, tal como O MIRANTE deu nota, ficou deserto o procedimento concursal para a requalificação da Escola Básica e Jardim-de-Infância de Alvega, que tinha como valor base 441 mil euros.

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