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Suspeitas de corrupção em pedreiras de Fátima envolvem presidente da Junta Humberto Silva
Humberto Silva recusou dizer se é arguido após buscas da PJ à sede da Junta de Fátima e à sua casa depois da oposição lhe ter perguntado directamente sobre o assunto

Suspeitas de corrupção em pedreiras de Fátima envolvem presidente da Junta Humberto Silva

Departamento de Investigação e Acção Penal Regional de Évora refere no mandado de busca à junta e à casa do presidente, bem como à câmara e assembleia municipal, relações privilegiadas entre Humberto Silva e empresários que exploram pedreiras em que o autarca pode ter recebido vantagens indevidas.

O presidente da Junta de Freguesia de Fátima, Humberto Silva, recusa dizer se é arguido num caso investigado pelo DIAP - Departamento de Investigação e Acção Penal Regional de Évora, por indícios de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem e prevaricação em relações com pedreiras na freguesia. O autarca foi questionado directamente por eleitos da assembleia de freguesia e não respondeu. O que o autarca não pode negar é que foi alvo de buscas da Polícia Judiciária na sua casa e na junta de freguesia.

As autoridades estão a investigar a existência de “relações privilegiadas” entre Humberto Silva e dois empresários do sector de extracção de pedra. No mandado de busca, que incluía pesquisa informática, a procuradora da secção de Crime Económico-Financeiro e Crime Violento justifica que Humberto Silva é uma voz activa e empenhada na aprovação da declaração de interesse público municipal, pela Assembleia Municipal de Ourém, para o alargamento da área de extracção das duas pedreiras, que de outro modo não seria admissível pelo Plano Director Municipal (PDM).

Os elementos recolhidos para a investigação sugerem que houve negócios e acordos com a empresa “Filstone, em que a junta beneficiou de inertes numa alegada troca de favores, em que, suspeita o DIAP, Humberto Silva terá recebido compensações. O inquérito fala em cedência de bilhetes para vários jogos de futebol da Primeira Liga, um dos quais com direito a estacionamento e bufett no valor de 1.500 euros. Na mira da investigação está também a desafectação do domínio público de terrenos da junta para instalar as empresas Rovigaspares e Le Soir, bem como a alegada venda de caminhos públicos às empresas que exploram pedreiras.

A Judiciária esteve também na Câmara e Assembleia Municipal de Ourém para recolher documentos relacionados com as pedreiras em Fátima. Entre os quais da peça em pedra com as letras AMO, de grandes dimensões, oferecida em 2018 à Assembleia Municipal de Ourém. Entre as ligações entre os órgãos autárquicos e as empresas de extracção de pedra está, por exemplo, o de uma empresa que como contrapartida pelo licenciamento da expansão da pedreira requalificou o cemitério de Maxieira.

À margem

Bloco Central em Ourém à volta das pedreiras e dos interesses económicos

É muito estranho que em Ourém este Bloco Central na política resista sem que se levantem as vozes que não estão afogadas em interesses partidários

O facto dos dois dirigentes partidários mais influentes do concelho de Ourém e da região serem deputados, amigos e homens de negócios pode não ser indiferente ao ambiente de desconfiança que se vive no concelho quanto aos interesses que se movimentam nos negócios das pedreiras. Para já o alvo é o presidente da Junta de Freguesia de Fátima, Humberto Silva, mas quem anda nesta vida sabe que não é ele que manda, nem quem põe os pontos nos is. Por isso a comunidade de Ourém e Fátima ficou ainda mais preocupada quando António Gameiro foi apanhado em negócios que a PJ e o Ministério Público dizem que são corruptos e João Moura aproveitou o facto do seu amigo ser notícia para também dar a cara por ele, a dizer que costumam jogar golfe aos domingos na casa de praia de António Gameiro.

João Moura é presidente da Assembleia Municipal de Ourém, presidente da distrital do PSD e deputado na Assembleia da República, a suposta casa da democracia. António Gameiro, o seu amigo dilecto, também é deputado da Assembleia da República, e, até ser constituido arguido recentememte, também era presidente da distrital do PS, candidato a presidente da câmara e líder da bancada do PS na assembelia municipal. Só falta saber se usam o mesmo tipo de aliança de casados porque o país parece feito para estes dois políticos serem os homens mais bem casados do mundo. É muito estranho que em Ourém este Bloco Central na política resista sem que se levantem as vozes que não estão afogadas em interesses partidários.

Suspeitas de corrupção em pedreiras de Fátima envolvem presidente da Junta Humberto Silva

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