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De Paris para Tomar com a música na bagagem
Ricardo José, vive em Tomar, e está a comemorar este ano 25 anos de carreira como cantor de música ligeira portuguesa

De Paris para Tomar com a música na bagagem

Ricardo José está a comemorar 25 anos de carreira no mundo da música ligeira portuguesa. Nasceu em França onde os pais, naturais de Tomar, estavam emigrados. Aos 14 anos já fazia parte de uma banda e um dia decidiu radicar-se na cidade do Nabão, onde é agente imobiliário porque hoje já não dá para viver da música.

Tinha seis anos quando integrou um dos principais coros infantis de França. Oito anos depois, Ricardo José estava numa banda de música que animava os bailes nas colectividades de imigrantes portugueses. Nasceu em Paris, mas desde criança que dizia aos pais que queria viver na terra da família: Tomar. Todos os anos passava férias na cidade do Nabão e o cantor era apaixonado pelo clima e gostava das pessoas.

O pai sempre lhe disse que podia fazer o que quisesse desde que tirasse um curso. Aos 19 anos terminou o curso de Artes Plásticas e começou a viver três meses em Tomar e três meses em Paris. Na altura, conseguia viver da música. Em 1996, ainda em França, editou o seu primeiro álbum a solo, intitulado “O amor proibido”, produzido por Tony Carreira, que já fazia grande sucesso em terras gaulesas. Nessa altura, decidiu assentar arraiais em Portugal. Mudou de editora e lançou o segundo disco.

Admite ter tido muita sorte com os ‘padrinhos’ que arranjou na música e confessa que foi ajudado por Tony Carreira, Fernando Correia Marques e António Lemos, membro da banda Santa Maria, que faleceu em Outubro do ano passado. A música “Dá-me mais uma chance” esteve durante sete semanas consecutivas no programa televisivo Made in Portugal, no início dos anos 2000, e foi quando Ricardo José teve mais concertos e maior sucesso.

Este ano está a comemorar os 25 anos de carreira e no dia 3 de Julho encheu o Jardim do Mouchão, em Tomar, com mais de duas centenas de pessoas que assistiram ao espectáculo. O novo álbum, o 12º da sua carreira, chama-se “Regresso” e foi lançado há cerca de um mês. Conta com uma música gravada com a sua filha mais nova, Leonor, de 12 anos. “Amar-te para sempre” tem sido a principal aposta da editora Espacial.

Leonor Ferreira, que assistiu à entrevista do pai a O MIRANTE, confessa-se apaixonada pelo mundo da música e sonha seguir os passos do progenitor. Desde criança que assiste a quase todos os concertos de Ricardo José, que diz à filha para seguir os seus sonhos, mas com os pés assentes na terra.

Ricardo José lamenta que hoje já não seja possível viver só da música. É agente imobiliário e essa é a sua principal fonte de rendimento, relegando a música para os tempos livres, seja a solo ou com uma banda onde costuma cantar. A internet, diz, veio prejudicar muito o mundo da música sobretudo a venda de cd’s. “O que está a funcionar muito é os videoclipes das músicas. Quanto mais visualizações tivermos no Youtube mais dinheiro ganhamos. Compensa mais. Temos que nos adaptar aos novos tempos”, afirma.

A pandemia fez-lhe muito mal, confessa. A falta da adrenalina de pisar o palco e sentir a energia do público, foi o que mais lhe custou. Os que trabalham nos bastidores ficaram muito pior porque estão sem trabalho. “Dizem que vão retomar tudo em Outubro mas tenho dúvidas”, lamenta.

Ricardo José já actuou em vários países da Europa e na África do Sul. Além de música popular portuguesa também gosta hip-hop e rock. O cantor confessa que é preciso muita resiliência para se manter neste meio, mas que desistir não faz parte do seu vocabulário.

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