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Morreu Carlos Empis: um ribatejano que influenciou gerações
Carlos Empis, que faleceu aos 72 anos, foi cabo do Grupo de Forcados Amadores de Santarém durante dois anos

Morreu Carlos Empis: um ribatejano que influenciou gerações

Carlos Empis, empresário e ex-cabo do Grupo de Forcados Amadores de Santarém, faleceu na tarde de sexta-feira, 20 de Agosto, vítima de um acidente enquanto lavava um veículo numa oficina em Muge.

Carlos da Gama Empis faleceu na tarde de sexta-feira, 20 de Agosto, aos 72 anos, vítima de uma queda enquanto lavava a sua carrinha numa oficina em Muge, concelho de Salvaterra de Magos. O empresário e antigo cabo do Grupo de Forcados Amadores de Santarém, durante dois anos, terá escorregado da caixa da carrinha e caído desamparado no chão, batendo com a cabeça, num choque que foi fatal. O socorro foi prestado pelos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, mas os esforços para reanimarem Carlos Empis não foram suficientes, tendo o óbito sido confirmado no local pelo médico da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Santarém.

Joaquim Pedro Torres, também ele antigo forcado dos Amadores de Santarém, era um dos amigos mais conhecidos de Carlos Empis pela proximidade que mantinham há dezenas de anos e pelos vários momentos que partilharam dentro da arena. O empresário explica a O MIRANTE a influência que Carlos Empis teve na sua vida, por ser um homem autêntico e que nunca olhava para o seu umbigo. “O Carlos era uma figura transversal, que se ligava às pessoas de uma forma muito genuína. Estava sempre disposto a ajudar sem pedir nada em troca. Nunca se esquecia de ninguém, seja de que geração fosse, por isso tocou tantas. O melhor exemplo da sua influência e humanidade é a quantidade de pessoas que me têm ligado de todo o país chocadas e abaladas com esta tragédia”, lamenta, com emoção.

Carlos Empis deixou dois filhos, Francisco e Maria Empis, sendo que o primeiro também foi um importante forcado nos Amadores de Santarém.

UM EMPRESÁRIO DE SUCESSO QUE APRENDEU A LEVANTAR-SE FIRME NA DETERMINAÇÃO

Carlos Empis foi forcado e cabo dos Amadores de Santarém entre 1979 e 1981. Foi bandarilheiro, cavaleiro praticante, apoderado de vários toureiros como João Moura ou João Salgueiro, e até exerceu funções de director de corrida em praças de touros como a de Santarém, Campo Pequeno, Nazaré e Moita. Nas últimas duas décadas passou a dedicar mais tempo à agricultura, uma das suas outras grandes paixões, embora continuasse sempre a viver a tourada com emoção. Natural de Porto de Muge, vivia em Santarém e tem raízes na Chamusca e em Valada (Cartaxo). O seu avô foi um dos principais impulsionadores da construção da praça de toiros da Chamusca.

Em entrevista a O MIRANTE, publicada em Agosto de 2009, Carlos Empis afirmava que tinha coração ribatejano e que as suas melhores recordações como forcado foram as amizades que conquistou ao longo do seu percurso. “Não hesito em afirmar que os meus grandes amigos foram forcados comigo”, sublinhava. Para Carlos Empis a ligação aos toiros ensinou-o a encarar o medo e a vencê-lo. “Aprendi a descontrair perante o nervosismo. Os toiros fizeram-me ter a noção da prudência e das distâncias; ensinaram-me a cair e sobretudo a levantar-me firme na determinação; ensinaram-me a ter a noção da modéstia, das minhas forças e dos meus conhecimentos. Os toiros ensinaram-me a ter coração”.

Carlos Empis fardou-se a última vez no dia 6 de Junho de 2015, na corrida comemorativa do centenário do Grupo de Forcados Amadores de Santarém, na Praça de Toiros Celestino Graça, onde rabejou o último toiro.

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