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Associação H2O faz de Arrouquelas uma aldeia do mundo
Voluntários da H2O participam em diversas actividades na aldeia de Arrouquelas, concelho de Rio Maior. Simone Sécio é a presidente da Associação H2O desde 2019

Associação H2O faz de Arrouquelas uma aldeia do mundo

Associação do concelho de Rio Maior está a comemorar 25 anos de actividade

H2O foi criada em 1996 para dinamizar Arrouquelas, aldeia do concelho de Rio Maior. 25 anos depois a associação cresceu muito mais do que o previsto. Os diversos intercâmbios realizados ao longo dos anos permitiu cerca de três mil mobilizações de jovens para Arrouquelas e daí para o estrangeiro. O principal objectivo da H2O é construir a sua sede. Já compraram o terreno e o projecto está na Câmara de Rio Maior para ser aprovado.

Ksenia Karpechenko veio da Biolorrússia, em 2019, para um intercâmbio de um ano na H2O, associação de Arrouquelas, concelho de Rio Maior. Trabalhou como voluntária e gostou tanto do país que ficou a viver em Rio Maior e, por enquanto, não planeia regressar à terra natal. Este é apenas um exemplo dos vários voluntários estrangeiros que conheceram Portugal através da H2O e decidiram ficar a viver.

A informação foi dada a O MIRANTE por Simone Sécio, de 24 anos, presidente da H2O, associação que está a comemorar 25 anos de actividade. A construção de uma nova sede é o principal objectivo para os próximos tempos. A associação comprou o terreno, uma antiga adega, em 2020, e pretende manter a parte tradicional do espaço. “Queremos participar na requalificação da nossa sede. Estamos num espaço oficial mas não temos uma sede, por isso é o nosso principal objectivo para os próximos tempos”, explica a dirigente.

A H2O começou com pequenas actividades como descidas de rio em canoagem e já dinamizou cerca de três mil mobilidades de jovens em 25 anos. A associação cresceu muito mais do que os seus fundadores imaginavam. Tornou-se uma referência da aldeia e também do concelho de Rio Maior. “A H2O ajudou a colocar Arrouquelas no mapa e também Rio Maior. Conseguimos que os jovens estrangeiros não façam intercâmbios só em grandes cidades como Lisboa e Porto”, afirma Simone Sécio.

Actualmente têm sete voluntários estrangeiros a fazerem intercâmbios de um ano: dois jovens da Grécia, dois da Macedónia, dois de França e um da Arménia. Ajudam nas escolas do concelho, numa associação de apoio a animais e também no canil municipal. Durante a pandemia não houve intercâmbios de Verão, embora alguns voluntários tenham ficado em Arrouquelas durante a pandemia por opção.

A crise pandémica obrigou a H2O a adaptar-se aos novos tempos. Alguns voluntários iam a casa de idosos com mais dificuldade de locomoção e ajudavam a despejar o lixo e aproveitavam para ensinar a fazer a separação dos resíduos para reciclagem. Também iniciaram um projecto a que deram o nome “Conta-me como foi”, em que entrevistam os mais velhos da aldeia para recordarem as memórias dos seus tempos de infância e juventude. Esses vídeos são depois colocados na conta da associação no youtube.

“A minha avó foi uma das entrevistadas e fiquei surpreendida quando ela contou que gostava de ter sido arquitecta. Sou muito próxima da minha família mas nunca me passou pela cabeça que a minha avó pudesse querer ser outra coisa além do café que teve, em conjunto com o meu avô, durante mais de 30 anos. Também temos exemplos de memórias de quem passou pela Guerra do Ultramar ou de como se namorava por carta. São gerações diferentes em que mudou muita coisa e é essas diferenças que queremos guardar”, conta a presidente da associação.

Simone Sécio faz um balanço muito positivo dos 25 anos da H2O, fundada por Alexandre Jacinto, actual vice-presidente da associação e principal mentor do projecto. Os jovens voluntários dão vida à aldeia e ajudam a requalificar espaços como aconteceu, por exemplo, com a Fonte da Breja, que estava ao abandono. Outra das actividades de Verão é vigiar a área florestal do concelho de Rio Maior e orgulham-se de já terem detectado vários focos de incêndio evitando a sua propagação.

Também há jovens que são netos de moradores de Arrouquelas que aproveitam as férias de Verão para estar com os avós e são voluntários na associação durante os meses de férias. “É uma forma de tirá-los dos grandes centros urbanos, onde a maioria dos jovens passa as férias em casa a jogar no computador. Assim, vêm para cá e têm experiências completamente diferentes”, conclui a dirigente.

Na H2O adquirem-se novas competências e lida-se com outras realidades

Simone Sécio tem 24 anos, é natural de Arrouquelas e é farmacêutica numa farmácia em Rio Maior. Concilia o seu trabalho com o cargo de presidente da H2O desde 2019. O seu primeiro acto público enquanto presidente da H2O foi na gala das Personalidades do Ano de O MIRANTE, em 2019, onde a associação foi distinguida com o prémio na área do Associativismo.

A nova presidente da Associação de Jovens de Arrouquelas está ligada à H2O desde os 14 anos. Começou por ser monitora do Ateliê de Tempos Livres e foi ficando. Todos os verões participava nos projectos da colectividade. “A H2O é uma associação que nos permite aprender todos os dias coisas novas. Adquirimos competências e contactamos com realidades que os jovens que estão em casa ou ligados apenas às redes sociais desconhecem. Temos outra noção do mundo real”, explica.

Já participou em vários intercâmbios e esteve na Lituânia, Polónia e Hungria. Garante que estas iniciativas são muito importantes e criam-se fortes amizades com quem ainda mantêm contacto. A associação tem cerca de uma centena de sócios entre os 14 e os 35 anos.

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