O presidente da Câmara de Abrantes insistiu junto do Governo que as prioridades após a reconversão da Central do Pego são a manutenção de todos os postos de trabalho e de uma maior dinamização da actividade económica no concelho e na região. “O mais importante é que o vencedor garanta a estabilidade dos trabalhadores e seja um grande projecto que possa trazer um forte aumento económico”, disse Manuel Valamatos a O MIRANTE após ter reunido com membros do Governo no dia 25 de Agosto.

O autarca socialista, juntamente com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e a Comissão de Trabalhadores da Central Termoeléctrica do Pego, reuniu com o secretário de Estado da Energia, João Galamba, para debater as suas principais preocupações relativamente ao futuro da central e discutir os pontos essenciais na criação de um caderno de encargos para a abertura de concurso público ao projecto de reconversão da Central do Pego.

O avanço do processo é visto com bons olhos por todos os intervenientes uma vez que se arrastou no tempo devido à falta de entendimento entre os accionistas, já que a central a carvão terá de encerrar a 30 de Novembro deste ano.

Em Maio passado, recorde-se, a principal accionista da Tejo Energia, a Trustenergy, anunciou um investimento de 900 milhões de euros, apostando nos resíduos florestais e, posteriormente, no hidrogénio, solar e eólica como fontes de energia. Já a Endesa, o segundo maior accionista, que sempre defendeu o lançamento do concurso público agora a ser preparado, propôs um projecto que engloba a construção de uma central fotovoltaica, o desenvolvimento de capacidade de armazenamento com baterias e a instalação de um electrolisador com capacidade de produção de hidrogénio verde, num total de 600 milhões de euros.

Em Julho, perante o desentendimento entre os accionistas, o ministro do Ambiente e da Acção Climática, João Matos Fernandes, anunciou o lançamento do concurso público para o início de Setembro.