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População I
P.N.Pimenta Braz

População I

Em termos nacionais, aliou-se à perda de população uma debandada geral do interior para o litoral e para os grandes centros urbanos. “Adernar “e “submergir”, eis uma metáfora interessante que, infelizmente, é totalmente indiferente à vida e às insanas prioridades das elites bem-pensantes que nos governam.

A já muito previsível redução de população de Portugal materializou-se com os censos 2021. Face a 2011 Portugal viu diminuir o número de habitantes em 2%., sendo que, pela primeira vez, o Concelho de Santarém perdeu população, assistindo-se a uma redução de 4,8% dos seus residentes. Observando esquematicamente o mapa do INE - https://censos.ine.pt/scripts/db_censos_2021.html - e a gradação de cor no todo nacional, percebemos que, aliada à perda de seres humanos, Portugal já se desequilibrou, i.e., também já adernou, configurando assim uma embarcação que se inclinou sobre um dos seus lados e que depois, naturalmente, submergirá.

Em termos nacionais, aliou-se à perda de população uma debandada geral do interior para o litoral e para os grandes centros urbanos. “Adernar “e “submergir”, eis uma metáfora interessante que, infelizmente, é totalmente indiferente à vida e às insanas prioridades das elites bem-pensantes que nos governam: estão sim preocupadas com a legalização de 157 sexos e com promoção da morte de velhos e doentes, com o extermínio da nossa história e com as lágrimas de crocodilo sobre os direitos das mulheres - sim, lágrimas de crocodilo porque ainda se escutou, por parte dessas putativas elites urbano-deprimidas, uma singela palavra que fosse a condenar a escravidão imposta por Afegãos Talibãs sobre o corpo e a alma de mulheres e raparigas.

Mas voltando a Santarém, a fuga e perda de população tem dimensão regional e não apenas Concelhia. Como tal, a sua resolução passará sempre por ações regionais concertadas e não somente por estoicas medidas municipais. Não assumir isso será, uma vez mais, sinal do típico vetusto provincianismo que nos tem garantido este pedinte e boçal “satus-quo”. A perda de população talvez traduza a resposta a um dilema que sempre se tem colocado ao longo dos anos, ou seja, se a localização próxima de Lisboa teria mais vantagens do que desvantagens para Santarém. Durante bastante tempo concluiu-se que os proveitos dos parcos 70 km para a capital suplantariam largamente os seus prejuízos.

Logo, para velha “Scalbis”, em vez de funcionar como um buraco negro que magneticamente tudo atrairia para si, a vizinhança de Lisboa constituiria antes uma oportunidade decisiva que nos distinguiria com um desenvolvimento ímpar sem exemplo. Confesso que também sempre me incluí no grupo daqueles para os quais a proximidade a Lisboa seria sempre uma oportunidade.

Porém, os dados dos Censos 2021 não são opiniões, são factos e, como tal, não são discutíveis. Justamente, aqueles dados poderão finalmente exprimir uma primeira resposta ao dilema lisboeta, indicando que, afinal, a vicinalidade a Lisboa no actual contexto de ineptas políticas nacionais, carreará antes a depreciação e secundarização de toda uma região. (Continua)

P.N.Pimenta Braz.

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