A falta de médicos no concelho de Abrantes continua na ordem do dia nas reuniões de executivo municipal. Na última sessão camarária, que se realizou a 24 de Agosto, Armindo Silveira, vereador do Bloco de Esquerda (BE), questionou o presidente de câmara, Manuel Valamatos (PS), sobre a dificuldade que tem existido em encontrar médicos de família que aceitem trabalhar na Extensão de Saúde de Alferrarede.

Segundo o autarca, há muitos utentes com dificuldades em marcar consultas e ter os cuidados médicos necessários para o seu bem-estar. “É notório que o pólo de saúde de Alferrarede está com problemas para assegurar grande parte das consultas, numa situação que se tem prolongado no tempo. Gostava de saber se tem conhecimento do problema e que medidas está a tomar o município para o resolver”, questionou.

Armindo Silveira referiu ainda que há mais unidades de saúde, espalhadas por toda a região do Médio Tejo, a passar pelo drama que se vive em Alferrarede, sublinhando a necessidade de reforçar as equipas para realizar os cuidados primários de saúde.

Manuel Valamatos justificou a falta de médicos com o processo de vacinação que decorre na freguesia e também por se terem aposentado alguns clínicos que faziam parte daquele pólo de saúde. “Infelizmente a vacinação contra a Covid-19 tem-nos roubado alguns médicos e não tem sido fácil colmatar a sua ausência. A aposentação de alguns profissionais também contribui para o cenário, mas estamos a tentar encontrar soluções em conjunto com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo”, vincou.

O presidente disse ainda que o último concurso público para contratação revelou que há clínicos com vontade de trabalhar e viver em Abrantes, acrescentando que também está a ser estudada a possibilidade de investir na melhoria das condições e equipamentos no Centro de Saúde de Alferrarede.

A Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Abrantes é constituída por uma dezena de pólos, nomeadamente o de Alferrarede, Vale das Mós, São Miguel de Rio Torto, São Facundo, Rio Moinhos, Pego, Mouriscas, Fontes, Carvalhal e o de Alvega. Segundo o sítio do Serviço Nacional de Saúde estão inscritos cerca de 20 mil utentes sendo que cinco mil não têm médico de família atribuído.