Museu Ibérico de Abrantes só no próximo mandato
Empreitada tem sofrido várias contrariedades nos últimos três anos e existe inclusivamente um litígio em tribunal envolvendo município e empreiteiro. O presidente da câmara garante que a inauguração do equipamento está para breve.
Embora ainda sem data definida, a inauguração do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) de Abrantes está para breve. A informação foi dada por Manuel Valamatos, presidente da câmara, aos eleitos que compareceram na última assembleia municipal, que se realizou a 10 de Setembro. “Neste momento falta apenas concluir alguns trabalhos relacionados com a parte museológica”, referiu.
O MIAA vai ocupar todos os espaços disponíveis do antigo convento de São Domingos para áreas de exposições, permanentes e temporárias, onde ficará parte da colecção de arqueologia e arte municipal. Vai incluir o espólio de pintura contemporânea da pintora de Abrantes, Maria Lucília Moita, e a colecção arqueológica Estrada, propriedade da Fundação Ernesto Lourenço Estrada. A obra é apoiada em 85% com verbas dos fundos comunitários do Portugal 2020.
UMA EMPREITADA QUE NASCEU ENGUIÇADA
A empreitada de construção do MIAA tem sofrido várias contrariedades ao longo dos últimos três anos. Recorde-se que o primeiro prazo para a conclusão da primeira fase da empreitada de requalificação do Convento de São Domingos, onde está a ser instalado o museu, apontava para Maio de 2019. Houve uma segunda data prevista para a sua conclusão, no início de 2020.
Em Agosto de 2020 o município aprovou a terceira prorrogação do prazo de execução da empreitada, prevendo-se a sua conclusão para 14 de Outubro do mesmo ano. Já passou quase um ano e as intervenções continuam por concluir. A empresa construtora da obra, TPS – Teixeira Pinto Soares, S.A, tem apresentado argumentos relacionados com a pandemia.
A permanência em obra mais tempo do que o previsto fez com que a empresa apresentasse duas propostas de reequilíbrio financeiro do contrato, uma de cerca de 300 mil euros e a outra de cerca de 400 mil euros. A câmara nunca concordou com os valores, embora reconheça que a empresa deve ser recompensada, e a construtora interpôs uma acção contra a Câmara de Abrantes que decorre no Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria.