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O anti-vírus milagroso da Chamusca e a pena de chanfana para o bode do Pego

Introspectivo Manuel Serra d’Aire

Estou em aturados preparativos para o dia de reflexão que se aproxima, electrizante momento do processo eleitoral que ocorre no dia antes de se ir a votos. Ninguém sabe muito bem para que serve o dia de reflexão mas a verdade é que o nosso sistema político não abdica dele, porventura acreditando que os milhões de eleitores vão gastar um sábado em reclusão, numa espécie de recolhimento monástico, desligados do mundo, sem contacto com o exterior (porque tudo é susceptível de nos influenciar) e a reflectir no seu sentido de voto e, quiçá, no sentido da vida.

A classe política que manda em toda essa engrenagem anda desfasada da realidade e devia consciencializar-se que o dia de reflexão pode ter efeitos perversos. Aliás, estou convencido que a abstenção não pára de aumentar precisamente por causa dessa pausa introspectiva. A malta, de tanto meditar, de tanto pensar, de tanto reflectir nessas 24 horas começa a meter coisas na cabeça, a matutar no estado em que está o país e as suas terras, a lembrar-se no que leva para casa ao fim do mês, no paleio inconsequente dos políticos, nas promessas sucessivas e nunca cumpridas, nas trafulhices das nossas elites e fica com vontade de tudo menos ir pôr umas cruzes nuns papelinhos. E ainda por cima a um domingo.

Na semana passada uma estação televisiva de âmbito nacional andou em reportagem na Chamusca. Não foi por causa do milionário projecto do arquivo municipal ou do novo centro de saúde que não há meio de estar construído, que isso são questões menores, mas sim devido ao extraordinário facto de a Chamusca ser o único concelho da Região de Lisboa e Vale do Tejo que, à data, não tinha casos activos de Covid-19.

As explicações para tão magistral façanha poderão ser muitas, desde o respeitinho pelas regras sanitárias à falta de população e de eventos que causem grandes ajuntamentos, mas a que mais me convenceu foi transmitida por um ou dois dos entrevistados, que apontaram o consumo de vinho como o segredo anti-vírus.

Se Salazar defendia que beber vinho era dar de comer a um milhão de portugueses, na Chamusca há quem faça do néctar dos deuses um escudo contra a Covid, como já se receitava contra gripes e constipações. E eu até acredito que a coisa funciona, não vão apelidar-me de negacionista e comparar-me com aquele juiz que não gosta de polícias. Mas, como com todas as vacinas, há sempre o risco de efeitos secundários resultantes da administração das doses, nomeadamente se forem doses avantajadas, o que pode explicar algumas das coisas que vão acontecendo na vila nos últimos tempos e que podem estar relacionados com o abuso dessa terapia, digo eu…

Como bem recordaste no teu último escrito, a saga do bode homicida do Pego continua. Segundo relatos da imprensa, o chifrudo voltou a atacar. Talvez em casos destes, tão peculiares, fosse de ponderar a aplicação da pena de morte, não vá o animal reincidir na senda do crime. Uma chanfana parece-me uma boa solução para resolver o assunto.

Saudações eleitorais do Serafim das Neves

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