Prefiro não ter médico de família do que ter um mau médico de família
Os partidos políticos, nomeadamente os da oposição, através dos seus dirigentes ou deputados, surgem muitas vezes a exigir a contratação de mais médicos, de mais enfermeiros ou de mais auxiliares e outras profissões. Querem mais, mais e mais, mas nunca os oiço dizer que querem melhores médicos, melhores enfermeiros, melhores professores, melhores funcionários públicos.
Eu percebo-os. Falar nisso não é importante porque questionar a qualidade de quem é contratado ou de quem está ao serviço, é, como se diz agora, politicamente incorrecto e vai gerar protestos de lóbis e corporações (basta ver como o Sr. Mário Nogueira, da Fenprof, por exemplo, luta contra uma avaliação séria dos professores). Mas é óbvio que a qualidade dos serviços públicos devia ser cada vez mais um assunto a ter toda a atenção.
Na ânsia de dar empregos a granel, porque dar empregos dá votos, contrata-se a eito com cada vez menos exigência e descura-se a qualidade do ensino e a avaliação do desempenho, promovendo todos e mais alguns, nivelando por baixo e criando mil e um entraves a classificações altas, através da exigência de justificação para as mesmas, desincentivando e desmoralizando quem tem a missão de avaliar.
João Carvalho Serafim