Casal vive momentos de pânico durante assalto à sua casa em Marinhais
Maria de Fátima Cação foi ameaçada e amordaçada por dois encapuzados. José Mendes, de 84 anos e acamado, não representou obstáculo para os ladrões que levaram mais de três mil euros em ouro e dinheiro. O crime ocorrido em Marinhais está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
Maria de Fátima Cação acorda sobressaltada e a tremer sempre que ouve um barulho que a desperta do sono, agora mais leve. É assim desde a noite em que foi sequestrada e roubada por dois homens encapuzados, a 13 de Setembro. Os assaltantes estão a monte desde essa data, tendo levado consigo mil euros em dinheiro e uma quantia em ouro superior a dois mil euros. A idosa, de 75 anos, que vive com o marido, de 84 anos, que está acamado, confessa que deixou de se sentir segura na casa onde vivem, em Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos.
A O MIRANTE, Maria de Fátima conta que se preparava para dormir, por volta das 22h30, quando viu dois vultos a passar silenciosamente junto à janela do quarto. Levantou-se e foi verificar se as portas estavam fechadas. “Estava tudo fechado, ninguém tinha entrado”, conta, explicando que é quando resolve abrir a janela do quarto para espreitar que os ladrões saltam para dentro de casa.
Um dos assaltantes encostou-lhe uma chave de fendas ao pescoço enquanto lhe dizia “para não gritar e não [se] mexer”. Ataram-lhe as mãos atrás das costas com cabos e empurraram-na para cima da cama, onde estava deitado o marido, José Mendes. O mesmo assaltante arrancou-lhe, em duas puxadas, o cordão de ouro que Maria de Fátima tinha ao pescoço enquanto lhe exigia que entregasse todo o ouro e dinheiro que tivessem em casa.
Reviraram todas as gavetas, onde foram descobrindo notas enroladas, que Maria de Fátima tinha poupado para pagar a carta de condução à neta. Os telemóveis do casal foram partidos. “Não conseguia soltar-me e não tinha como pedir ajuda”, conta a mulher sentada junto à janela por onde entraram os ladrões.
Sem oferecer qualquer resistência o casal permaneceu deitado na cama durante mais de uma hora, sempre com um dos larápios de vigia. Maria de Fátima lembra-se de pensar que iam morrer ali às mãos daqueles homens sem rosto visível, caso não acreditassem que já não tinham mais ouro nem dinheiro para entregar.
Depois de muito se queixar e contorcer de dores nas costas e nos braços, Maria de Fátima foi solta por um dos ladrões, minutos antes de deixarem a casa. Ainda em choque a idosa conseguiu recuperar o telefone fixo atirado ao chão durante o assalto. “Foi a nossa sorte. Pedi ajuda e pouco tempo depois tinha oito carros da GNR à porta”, diz. Os militares recolheram os primeiros indícios e, por se tratar de um crime violento, o caso passou para a alçada da Polícia Judiciária.