A Estrada Nacional 10-6, que liga Alverca ao Sobralinho e Arruda dos Vinhos, está cortada ao trânsito para realização de obras e o desvio proposto pela Infraestruturas de Portugal, de utilizar a Estrada Nacional 10, foi a pior emenda que poderia ter sido feita, segundo os condutores, bloqueando totalmente a circulação.

Fora das horas de ponta passou a existir na EN10 um trânsito constante e, logo que chega a hora de ponta, de manhã e ao final do dia, a cidade entope de tal forma que se demora uma hora e meia para percorrer três quilómetros entre Alverca e o Sobralinho, como O MIRANTE constatou.

As rotundas ficam um caos, os cruzamentos entupidos e ninguém anda para lado nenhum. Os condutores já nem se dão ao trabalho de buzinar porque de nada adianta. Já nem os semáforos que existem no centro da cidade servem para alguma coisa, porque o trânsito começa a ficar em fila na Póvoa de Santa Iria e pára completamente na Malvarosa.

A empresa pública Infraestruturas de Portugal está a realizar uma obra de substituição da passagem hidráulica ao quilómetro 4 da EN10-6 e o trânsito foi totalmente cortado a 24 de Maio. Na altura a situação não foi tão grave devido ao teletrabalho e a chegada do Verão. Agora, com o início das aulas e o regresso dos movimentos pendulares da população para o emprego o cenário ficou impraticável.

A obra tem um custo de 150 mil euros e um prazo de execução de 104 dias, que inclui a substituição integral de uma peça de arte existente na estrada e a realização de trabalhos de terraplanagem, pavimentação, drenagem, sinalização e iluminação.

A causar ainda mais dores de cabeça está o facto de ter arrancado no final de Agosto a obra municipal de pavimentação da Estrada da Alfarrobeira que liga Vialonga a Alverca e que há muito era uma necessidade, mas que conjugada com o corte da EN10-6 tem gerado filas de vários quilómetros em Vialonga.

“É um inferno como nunca se viu”

O caos no trânsito em Alverca dominou também a última Assembleia de Freguesia da União de Alverca e Sobralinho. João Mendes, da bancada da CDU, lamentou a situação “péssima” que se vive e o “inferno” por que passam os condutores. “Na estrada nacional já nem sei qual é a hora de ponta porque aquilo está sempre cheio de carros. Tudo parado. Há dias em que se demora hora e meia para fazer três quilómetros, é incompreensível”, criticou.

Também Sandra Rodrigues, da mesma bancada, lamentou o momento escolhido para o asfaltamento da Estrada da Alfarrobeira. O presidente da junta de freguesia, Carlos Gonçalves, confirma o cenário caótico e diz não ser aceitável que se demore mais de hora e meia para conseguir sair da cidade. O autarca afirma que a situação intensifica a necessidade de olhar com seriedade para a variante de Alverca, prometida há décadas mas que nunca saiu do papel.