Ao ler o artigo sobre a Mague na edição de 7 de Outubro uma bomba nuclear de saudade e reconhecimento explodiu dentro de mim. As lágrimas ainda espreitaram. Na grande e velha Mague iniciei a minha carreira profissional. Foram seis anos, de 1960 a 1966, num ambiente disciplinado e com características de uma grande escola, numa aquisição contínua de conhecimentos, com boa camaradagem e com muito orgulho em trabalhar numa Mague cheia de prestígio, interno e até no estrangeiro, com uma projecção ímpar.

Sucedeu até que foi na Mague que conheci a minha namorada e, posteriormente, mulher, desde 1964. Já lá vão 57 anos!

Na saudosa MAGUE trabalhei na importação de materiais e exportação de grandes equipamentos (Guindastes, Pórticos Rolantes, Pontes Rolantes e Caldeiras). Estive ligado e colaborei com grandes obras: Guindastes para o porto de Leixões, para o porto de Lisboa, para a Lisnave (em Almada), para a Setenave, para o porto de Mormugão (União Indiana). No caso de Mormugão aconteceu que quando já encaixotávamos os dois guindastes, para a respectiva exportação, deu-se a invasão de Goa e das outras possessões portuguesas, em território indiano.

Também não consigo esquecer o que foi a minha participação e colaboração em obras como: pontes rolantes para o Vale do lnfiernilo (México), para a Bemposta (Hidouro), para o Alto do Rabagão, para o Alto da Catumbela (Angola), para a Lisnave e Setenave. E posso ainda acrescentar a minha participação na construção de caldeiras para a América do Norte e na construção da Central Térmica do Carregado.

Foi na Mague que recebi a formação profissional suficiente, que me habilitou a concorrer e a entrar numa grande empresa de projecção internacional: a Lisnave, onde trabalhei durante 30 anos até atingir a minha reforma.

J. Daniel Santos