As escolas deviam no futuro apostar em aulas de literacia financeira para ajudar os mais novos a serem melhores gestores do seu dinheiro no futuro. A opinião é de Susana Gaspar, 46 anos, técnica comercial da Póvoa de Santa Iria. Estas aulas seriam essenciais para ajudar os mais novos a perceber como funcionam os mercados de crédito e de poupança para estarem mais preparados para o futuro. Susana Gaspar quando comprou a primeira casa não conhecia nada sobre como funcionavam os empréstimos. E por isso, reforça, a literacia financeira é importante para se poupar mais no futuro e para os jovens estarem familiarizados com os produtos de crédito e de poupança e saberem como podem maximizar o dinheiro que recebem ao fim do mês.

Susana considera-se uma pessoa equilibrada que não faz gastos desnecessários, mas não se considera forreta. Não é muito gastadora nem se fascina por grandes marcas. Os três filhos são a sua maior fonte de despesa. A filha mais velha tem 19 anos e os dois gémeos, um rapaz e uma rapariga, 12 anos. Diz que nunca quis tornar-se uma consumista e quando vai ao supermercado procura sempre as promoções e compara preços fazendo uma lista dos produtos que estão em promoção e que mais usa em casa para fazer um pequeno stock caseiro.

Gerir um orçamento familiar com três filhos é desafiador, considera. Tem de haver um grande equilíbrio e priorizar o que eles querem e o que realmente precisam. Susana Gaspar tenta sempre fazer um pé-de-meia porque a vida nem sempre corre como planeado e há sempre imprevistos. Quando recebe o ordenado separa logo o dinheiro para as várias despesas fixas que tem ao longo do mês. Para a técnica comercial independentemente do que se ganha é preciso fazer um esforço para poupar. Susana diz que a pandemia, apesar de haver quem tenha perdido o emprego, na generalidade veio fazer com que as famílias aprendessem a poupar, porque não se gastou dinheiro em bens considerados não essenciais, como a restauração ou o vestuário.