O Conservatório de Música de Santarém (CMS) decidiu introduzir algumas alterações ao modelo de ensino articulado de música para alunos do 5º ano que não geraram consenso entre pais e encarregados de educação. Em causa está a mudança das aulas da Classe de Conjunto, até aqui realizadas nas respectivas escolas e que este ano lectivo passaram para a Igreja da Misericórdia, envolvendo em simultâneo perto de 50 alunos de três turmas do 5º ano dos Agrupamentos de Escolas Ginestal Machado, Alexandre Herculano e Sá da Bandeira.

Um grupo de pais e encarregados de educação de alunos da turma do 5º ano do Agrupamento de Escolas Ginestal Machado não gostou das mudanças e, muito menos ainda, de ser confrontado com elas como factos consumados no início deste ano lectivo, sem qualquer informação prévia. Consideram inadmissível a junção desse número de alunos no mesmo espaço alegando que a situação vai contra todas as regras emanadas da Direcção Geral de Saúde (DGS), no que à constituição de turmas diz respeito, em tempos de pandemia. Por isso, já expuseram o caso à Inspecção-Geral da Educação e à DGS, entre outras entidades.

Posição diferente tem o Conservatório defendendo que a Igreja da Misericórdia reúne todas as condições para garantir o acolhimento seguro das cerca de 45 crianças, em rigorosa conformidade com as regras emanadas da DGS (com limite fixado em 130 pessoas).

Num esclarecimento enviado a O MIRANTE, a presidente da instituição, Beatriz Martinho, reconhece que, em Maio último, aquando da realização das provas de ingresso no ensino articulado, não estava equacionada, ainda, a concretização das aulas em comum da Classe de Conjunto dos quintos anos dos três agrupamentos de escolas da cidade.

“Todavia, perante o desenvolvimento posterior do Projeto Educativo, designadamente com a vantagem pedagógica perspectivada pela criação de um coro único e comum, onde a dinâmica de grupo fosse mais forte e proactiva, constatou-se ser mais vantajoso reunir num mesmo espaço todos os alunos em causa”, justifica a responsável. A decisão foi tomada no início de Setembro aquando da estruturação/programação do ano lectivo 2021/22.

Beatriz Martinho diz que, após ter tido conhecimento da contestação de alguns encarregados de educação, a direcção do Conservatório de Música de Santarém procurou consensualizar soluções que minimizassem eventuais transtornos decorrentes da mudança de local, dando como exemplo o aluguer de um autocarro escolar para ir buscar e levar os alunos aos três agrupamentos, com o Conservatório a suportar integralmente os encargos.