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Associação de Modelismo do Centro desenvolve sistema de combate à vespa asiática
Carlos Filipe, presidente da Associação de Modelismo do Centro de Portugal (à direita), com o coordenador da Protecção Civil de Abrantes, Paulo Ferreira

Associação de Modelismo do Centro desenvolve sistema de combate à vespa asiática

Entidade é responsável pela implementação de um sistema inovador para combater espécie exótica. Os resultados têm sido muito positivos mas a associação alerta para a necessidade de existir um trabalho conjunto entre apicultores e municípios para que a missão se torne ainda mais eficaz.

A Associação de Modelismo do Centro de Portugal (AMCP) tem 16 anos de existência e a partir de 2017, altura em que a vespa asiática apareceu em Portugal, começou a desenvolver um sistema, designado de SISTRAQ, que ajuda a combater a propagação da velutina. Carlos Filipe, presidente da associação, com sede em Coimbra e que desenvolve a prática organizada das modalidades de aeromodelismo, automodelismo e nautimodelismo, explica que até esse ano a vespa tinha sido combatida sem grande análise e por isso surgiu a necessidade de avaliar novas técnicas.

Perceberam que a Protecção Civil dos municípios não estava a conseguir eliminar os ninhos convenientemente e que o número estava a aumentar de ano para ano. Em colaboração com universidades e politécnicos, e através dos departamentos de biologia e engenharia electrotécnica, foi estudada uma forma mais eficaz no combate à espécie invasora.

“Detectámos alguns erros de análise, principalmente na forma como estavam a olhar para o fenómeno como uma praga. Não queremos controlar a praga, queremos extingui-la e nesse caso a abordagem científica tem de ser diferente”, avança o presidente da associação que tem mais de meio milhar de associados. Carlos Filipe, que faz mais de 400 quilómetros por dia a eliminar ninhos em altura, diz que já teve em contacto com casos em que, devido à deficiência da intervenção, um ninho transformou-se rapidamente em 12.

Para evitar estas situações a AMCP desenvolveu um sistema inovador de modo a entrar no sistema de alimentação das vespas através de uma feromona que tem o objectivo de desfazer a colónia. Actualmente, a associação também tem dado muita formação na área dos impactos ambientais e da protecção do ambiente, pois a maioria dos produtos utilizados são compostos por químicos perigosos.

“Já assisti a remoções em que utilizam três litros de repelente por ninho, com efeitos muito corrosivos. Com o nosso sistema reduzimos para 50ml por ninho, ou seja, um litro dá para cerca de 20 ninhos”, afirma, acrescentando que a AMCP acompanha de perto os municípios que pretendam aderir ao sistema. Através de uma contagem intercalar, que é realizada habitualmente em Agosto, a AMCP detectou um ligeiro aumento de ninhos em alguns municípios. Ainda assim, Carlos Filipe considera que a situação está controlada.

Mudar mentalidades tem sido o maior desafio para a associação que interage diariamente com dezenas de apicultores. “Alguns apicultores acham que não fazemos o que devemos e quando devemos, mas não é verdade. Simplesmente temos de ser rigorosos e precisamos de tempo para agir de forma segura e eficaz”, afirma a O MIRANTE Carlos Filipe. A Associação de Modelismo do Centro de Portugal conta com vários elementos ligados à química, engenharia electrotécnica e à medicina veterinária.

Abrantes autónoma na remoção de ninhos

Abrantes é um dos concelhos que mais tem investido no combate à propagação da vespa asiática. Desde o final de Setembro de 2021 a Protecção Civil de Abrantes tornou-se autónoma na remoção de ninhos a mais de 20 metros de altura. Com recurso a uma arma própria desenvolvida pela AMCP. “Este equipamento vai permitir que o nosso tempo de resposta seja cada vez mais curto. Em ninhos abaixo dos 20 metros o nosso tempo de resposta é, em média, de 48 horas. A partir de agora, para ninhos mais altos, também já não vamos depender do agendamento com a AMCP para fazer as intervenções, pois vamos estar equipados e preparados para realizar o serviço”, esclarece o coordenador da Protecção Civil de Abrantes, Paulo Ferreira, que acompanhou a reportagem de O MIRANTE.

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