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Resíduos de curtumes contaminam solos em Monsanto
João Marques é proprietário de terrenos perto de uma lixeira improvisada, onde o resíduos tóxicos foram depositados há cerca de duas décadas, no Parque Natural da Serra d'Aire e Candeeiros

Resíduos de curtumes contaminam solos em Monsanto

Substâncias poluentes estão a infiltrar-se nos solos e a contaminar uma linha de água na freguesia de Monsanto, concelho de Alcanena. João Marques é proprietário de terrenos perto da lixeira improvisada e garante a O MIRANTE que a situação está por resolver há décadas.

Na zona de Vale Fetal, na freguesia de Monsanto, concelho de Alcanena, foram depositados há cerca de duas décadas, em terrenos situados no Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, resíduos tóxicos oriundos da indústria de curtumes que estão a contaminar os solos e uma linha de água que ali passa. O lixo é composto por restos de couro provenientes do processo de curtição da pele.

O facto de o processo de curtição utilizar substâncias químicas como o crómio torna os resíduos perigosos para a saúde das pessoas. O MIRANTE esteve no local com João Marques, agricultor e proprietário de 10 hectares de terreno situados perto da lixeira, que garante que a situação dura há várias décadas e que os responsáveis pela gestão do concelho sabem do assunto mas até agora nada fizeram no sentido de eliminar aquele passivo ambiental.

João Marques diz que o lixo, espalhado numa área de 20 metros e dividido em vários montes, foi descarregado por uma empresa naquele local porque na altura não existiam aterros sanitários. “O que está aqui é um atentado ambiental e um perigo para a saúde pública. Tenho um poço a menos de dois quilómetros e há dias em que a água está completamente preta. Não tenho dúvidas de que é por causa disto”, assegura, acrescentando, sem dar certezas, ser provável que também existam muitos resíduos e lamas enterrados. “Isto só sai daqui se for retirado. Esta área florestal já ardeu toda pelo menos duas vezes e isto continua aqui. Alguém tem de fazer alguma coisa”, reforça.

João Marques, que sabe explicar perfeitamente como funciona o negócio dos curtumes, refere que para transformar a pele de animal crua em couro usam-se produtos químicos, como o crómio, que tem características tóxicas e inflamáveis e podem causar danos irreparáveis para a saúde das pessoas. “Se eu rego os produtos que cultivo na minha horta com água do poço que contém estas substâncias é mais do que certo que corro sérios riscos de poder desenvolver doenças”, afirma com preocupação.

Resíduos de curtumes contaminam solos em Monsanto

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