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O desemprego fez de Nuno Pereira um empresário
Nuno Pereira abriu a Ribamaster em 2004 e o negócio cresceu levando a mudar as instalações para um edifício na estrada da estação em Santarém

O desemprego fez de Nuno Pereira um empresário

Nuno Pereira começou a trabalhar como ajudante de pintura e bate-chapas. Passou por várias oficinas onde aprendeu tudo sobre mecânica. Quando esteve desempregado aproveitou para criar o seu próprio negócio. Em 2004 abriu a Ribamaster como um espaço de lavagem de carros. Desde 2009 que possui um edifício na estrada da estação, em Santarém, e tem ao dispor dos clientes todo o serviço necessário para um automóvel ou mota. Gosta do que faz e de saber notícias dos veículos que passaram pela Ribamaster. Nos tempos livres pega na sua mota e vai à aventura.

Nuno Pereira começou a trabalhar aos 14 anos no mesmo edifício onde hoje possui a sua empresa, a Ribamaster, na Estrada da Estação, em Santarém. A sua avó era familiar do dono da oficina e Nuno Pereira iniciou a sua vida profissional como ajudante de pintura e bate-chapas. Passou por várias oficinas onde aprendeu um pouco de tudo dentro da área. Quando foi para a tropa já ganhava 17 contos e passou a ganhar 5,7 contos durante os 12 meses em que esteve no serviço militar obrigatório.

Trabalhou em diversas oficinas da região até que ficou desempregado. Como não é homem para estar parado pegou em todo o dinheiro que iria receber se estivesse os dois anos no subsídio de desemprego e abriu o seu próprio negócio. A Ribamaster surgiu em 2004 num espaço na Calçada do Monte, onde se fazia lavagem de automóveis. O negócio foi crescendo e ao fim de um ano Nuno Pereira sentiu necessidade de expandir o negócio.

Nessa altura surgiu a oportunidade de comprar o edifício onde teve o seu primeiro emprego, na Estrada da Estação. Desde 2009 que a Ribamaster se situa nesse espaço, cerca de 1.800 metros quadrados com dois andares. No piso térreo tem a oficina e no piso superior tem o espaço de lavagem, mais duas oficinas. “Quem vem à Ribamaster sabe que encontra todo o tipo de serviço ligado à mecânica. Isso não acontece em todas as oficinas. Se o cliente quer pneus, pastilhas, parte mecânica, eléctrica nós temos. É assim que queremos ser conhecidos”, afirma Nuno Pereira, 51 anos, a O MIRANTE.

O problema mais comum que surge para resolver na sua oficina são filtros de partículas, correntes de distribuição ou problemas electrónicos. O mais complicado é impossível dizer. “Tenho uma carrinha há dois meses na oficina e nunca mais me livro dela porque vai sempre aparecendo um problema novo. O mais difícil é detectar o verdadeiro problema do carro. É preciso muito saber, muita paciência e tempo para estar de volta de um carro e deixá-lo pronto para entregar ao cliente”, explica, acrescentando que também fazem reparações de motas.

A paixão pelas motos

Oitenta por cento dos clientes só levam o carro à oficina quando este dá sinal de que se passa alguma coisa. Tirando quando têm que levar a viatura à inspecção periódica, só aparecem quando surge um problema. “Vão sempre adiando, uns por falta de dinheiro, outros por falta de tempo. Achamos sempre que o carro nunca pode parar mas quando ele pára somos obrigados a parar”, sublinha o empresário que tem uma equipa de 11 funcionários.

Nuno Pereira trabalha cerca de 12 horas por dia. São vários os carros que tem na oficina para reparar. Gosta de trabalhar mas o telefone toca tantas vezes que nem sempre é capaz de fazer tudo o que pretendia no dia. “Às vezes ao sábado de manhã venho para a oficina e essas quatro horas rendem mais do que três dias de trabalho durante a semana. Como a oficina está fechada e não aparece ninguém consigo trabalhar de forma mais produtiva”, esclarece.

Durante a pandemia teve sempre trabalho e não sentiu o efeito dos confinamentos. Tem especial atenção com todos os clientes e gosta de saber em que estado estão as viaturas depois de saírem da oficina. “Talvez seja por isso, a proximidade que crio com muitos dos clientes, que faz com que eles procurem sempre a Ribamaster quando precisam. É assim que entendo um negócio. Não consigo não me importar com o meu trabalho e os carros em condições são o meu trabalho”, realça.

Apaixonado por motas teve um acidente há pouco tempo que não lhe deixou mazelas. No último fim-de-semana pegou na sua mota e foi até ao Algarve assistir ao campeonato de Moto GP. Passou a paixão das motas às filhas, de 29 e 30 anos. Quando eram mais novas acompanhavam o pai às concentrações. Num ano, uma filha ia a Góis e a outra a Faro. No ano seguinte trocavam. Agora já não o acompanham mas Nuno Pereira continua a gostar de relaxar em cima de duas rodas.

O desemprego fez de Nuno Pereira um empresário

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