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“A perfeição é inalcançável; temos que fazer o melhor possível”
Hélder Esménio Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos

“A perfeição é inalcançável; temos que fazer o melhor possível”

Enquanto estiver nestas funções, vivo e respiro 7 dias por semana o Poder Local. Representar os outros, ainda mais nossos concidadãos é uma enorme responsabilidade, que nunca esqueço, embora saiba à partida que é impossível agradar a todos.

Sempre foi exigente consigo mesmo? E o grau de exigência tem aumentado?

Sou muito competitivo e não temo as ameaças que alguns, sob a capa do anonimato ou de outra forma, nos dirigem em particular na proximidade de campanhas eleitorais. Exactamente porque sou exigente comigo mesmo e porque sou sério e incorruptível. Essas características dão-me, para além de um bem-estar evidente, uma tranquilidade enorme no exercício das minhas funções.

E é tão exigente com os outros como é consigo mesmo?

Mais do que exigir aos outros procuro motivá-los e implicá-los nas funções e atribuições que incumbem à câmara municipal. Isso explica, de algum modo, a “família” que incorpora os trabalhadores municipais.

O bom é inimigo do óptimo como por vezes se ouve dizer ou isso é desculpa para não se fazer melhor?

A perfeição é inalcançável por isso é importante fazer o melhor que estiver ao nosso alcance num dado momento. Não decidir é sempre a pior das soluções.

O que o motivava quando iniciou as actuais funções e o que o motiva actualmente?

Motivava-me o que hoje me continua a motivar: fazer acontecer para melhorar a qualidade de vida das populações, fazer obras, fazer acontecer cultura, alargar a rede de auxílios económicos aos mais necessitados, apoiar e valorizar o trabalho das juntas de freguesia, das associações e das IPSS’s.

O que descobriu sobre si próprio e que desconhecia ao longo do tempo que tem exercido o seu cargo?

A maturidade e experiência necessárias para resistir a ataques de honra e de carácter que os adversários da direita protagonizaram durante o período de campanha eleitoral. A resiliência e a auto-estima são qualidades que desenvolvi no combate à extrema-esquerda. A ponderação e motivação foram incrementadas no combate com as forças partidárias da direita e extrema-direita.

Qual o peso da sua formação académica no percurso?

A minha formação e profissão como engenheiro, a par do facto de ser funcionário público municipal, faz-me conhecer o município, os seus colaboradores, limitações e méritos, contribuindo para a sua valorização e motivação e para o trabalho que desenvolvemos em prol das populações.

Liderar é algo que qualquer um pode aprender?

Liderar aprende-se, mas na vida e na prática, com bom senso e equilíbro.

As regras da sua instituição permitem um eficaz reconhecimento e uma adequada compensação do mérito das pessoas que lá trabalham?

O reconhecimento do mérito na administração pública é uma das tarefas mais complexas.

Quais são os maiores constrangimentos à concretização das ideias que considera serem as mais eficazes para a obtenção dos melhores resultados?

A legislação e a desconfiança que as entidades de inspecção e policiais têm em relação aos autarcas, a par do populismo da extrema-direita e da extrema-esquerda, que criam, em particular nas redes sociais, cenários de que é possível prometer tudo a todos, baixar impostos e fazer mais obra, uns e outros na lógica de acesso ao Poder, alguns convictos de que não é preciso cuidar dos mais frágeis entre nós.

Quanto tempo dedica ao que faz? Consegue desligar-se por completo alguma vez?

Enquanto estiver nestas funções, vivo e respiro 7 dias por semana o Poder Local. Representar os outros, ainda mais nossos concidadãos é uma enorme responsabilidade, que nunca esqueço, embora saiba à partida que é impossível agradar a todos.

Está satisfeito com a política económica do Governo?

O Governo do PS reforçou o apoio aos municípios e isso foi muito importante. Já não estou tão satisfeito com o facto de o anterior Governo PSD/CDS ter dividido as câmaras bunicipais de tal modo que tiveram PEDU’s (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano), financiados 5 a 10 vezes mais que as que tiveram PARU’s (Plano de Acção para a Regeneração Urbana), como foi o caso do concelho de Salvaterra de Magos. Foi uma relevante anormalidade na aplicação de fundos do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), que deviam promover a coesão territorial e fizeram o inverso.

O que gostaria de acrescentar?

Que não aprecio muito o protagonismo valorizando antes o voluntarismo e a discrição. Embora perceba o trabalho dos jornalistas de conhecer melhor aqueles que num dado momento exercem funções públicas, seja na política ou nas empresas, não me sinto confortável com este tipo de entrevistas.

“A perfeição é inalcançável; temos que fazer o melhor possível”

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