O que descobriu sobre si próprio e que desconhecia ao longo do tempo que tem exercido o seu cargo?

Descobri uma enorme vontade de contribuir, através do trabalho que desenvolvo na EPSM, para o desenvolvimento socio-económico desta região. É uma enorme responsabilidade, mas ao mesmo tempo muito gratificante, saber que podemos ajudar estes jovens e as suas famílias na definição e na construção de um percurso académico. Quando recebemos antigos alunos que nos dizem que a EPSM mudou as suas vidas para melhor é sinal de que cumprimos a nossa missão. De igual forma, o “feedback” que recebemos das empresas que empregam alunos aqui diplomados também reforça este sentimento.

O que o motivava quando iniciou e o que o motiva actualmente?

Motivou-me o desafio de pegar numa organização com um histórico de sucesso, com uma enorme notoriedade a nível nacional e poder dar continuidade a esse sucesso, elevando ainda mais os padrões de qualidade.

Como escolheu fazer o que faz?

Apesar das ligações familiares posso afirmar que foi, sem dúvida, uma escolha pessoal. Antes de integrar esta organização tive outra experiência profissional numa empresa ligada à agricultura e regas. No entanto, a determinada altura, senti que o meu contributo poderia ser muito mais relevante neste projecto, pelo impacto positivo que a escola pode ter na vida dos jovens, das suas famílias e das empresas.

Os seus conhecimentos académicos foram determinantes para ter sucesso até que ponto?

Os conhecimentos académicos foram muito importantes porque me deram algumas ferramentas ao nível da psicologia e da sociologia da educação. No entanto, enquanto seres humanos reflectimos na nossa vida profissional todas as aprendizagens formais e informais, todos os valores morais e éticos que nos foram transmitidos.

Como é feita a contratação dos colaboradores?

Hoje em dia as organizações funcionam com base em processos muito bem definidos, sustentados em normas de Gestão da Qualidade, e certificadas por entidades externas. Assim, são os diversos departamentos, consoante as necessidades, que conduzem todos os processos de recrutamento, de acordo com o perfil funcional identificado. No entanto, procuramos sempre privilegiar antigos alunos e cerca de 40% dos nossos actuais colaboradores estudaram na Escola Profissional de Salvaterra de Magos tendo muitos deles prosseguido estudos superiores.

Quais são os maiores constrangimentos à sua actividade?

Existem alguns constrangimentos que se prendem com a elevada carga burocrática que é hoje exigida às escolas. Há muita legislação nova, muitas exigências que são colocadas às equipas e que consomem muito tempo de trabalho. Infelizmente, o que verificamos é que esse trabalho extra não é devidamente valorizado por quem nos tutela. Continuamos a ter as mesmas tabelas de financiamento que tínhamos há 20 anos, ou seja, temos de fazer o triplo do trabalho com os mesmos recursos.

Que importância dá ao associativismo empresarial?

Num país onde o tecido empresarial é composto maioritariamente por pequenas e médias empresas o associativismo empresarial tem um papel muito importante. As associações empresariais ou sectoriais, para além de excelentes fóruns de discussão e de articulação de estratégias, permitem às empresas ganhar expressão, fazendo com que a sua voz seja ouvida.