“As habilitações são importantes mas é fundamental ter confiança nas pessoas com quem trabalhamos”
De um modo geral sou mais exigente comigo mesmo do que com os outros. É uma forma de estar na vida.
O que o motiva para exercer as suas funções?
De forma muito pragmática, trabalhar para o desenvolvimento regional e para que a região do Alentejo e da Lezíria do Tejo possam ter dinâmicas de desenvolvimento, capazes de atrair, de facto, pessoas; fazer retornar os seus jovens e impedir a saída dos seus habitantes actuais.
O que descobriu sobre si próprio e que desconhecia ao longo do tempo que tem exercido o cargo?
Não descobri nada de particular. Já me conheço suficientemente bem e não é aos 58 anos que me vou descobrir. Diria apenas que é essencial adaptarmo-nos às várias funções exercendo-as sempre com competência, determinação e empenho.
Fazer o que faz foi uma questão de oportunidade ou uma evolução natural?
Acho que foi uma evolução natural. Não foi nada pensado. As coisas surgem na vida, a todos nós, e temos que, como costumo dizer, estar na paragem do autocarro no momento certo. Penso que o meu percurso, o percurso que fiz, a nível pessoal e profissional, conduziu-me, naturalmente, ao cargo que agora exerço.
Qual o peso da sua formação académica no seu sucesso?
É sempre importante dizer que existem dois tipos de percursos académicos. Há a academia da vida, que considero que é o percurso que fazemos ao longo da nossa vida, conhecendo outras pessoas, falando com outras pessoas, aprendendo num sistema de aprendizagem contínua, e há o percurso escolar, que é fundamental nomeadamente para os jovens, para poderem ser contratados com salários dignos.
Liderar é algo que qualquer um pode aprender?
Não, não é fácil. É necessário ter um conjunto de qualidades humanas que nem todos têm.
É tão exigente com os outros como consigo mesmo?
De um modo geral sou mais exigente comigo mesmo do que com os outros. É uma forma de estar na vida. Nós, para podermos exigir dos outros, temos de ser aquele que dá mais para o objectivo comum.
Na escolha da sua equipa mais próxima o currículo é o mais importante?
As habilitações são muito importantes, mas também é fundamental sentir confiança nas pessoas com quem trabalhamos e saber que podemos contar com elas para o desenvolvimento dos projectos. Não é só o currículo que conta.
O mérito é sempre reconhecido?
Sinceramente, acho que uma das coisas que mais falta faz nas organizações é haver reconhecimento do trabalho e da dedicação que as pessoas têm diariamente.
Quais foram as maiores dificuldades que sentiu com a pandemia?
A falta de proximidade com as pessoas. E estarmos todos de máscara no local de trabalho é prejudicial para a dinâmica de qualquer organização.