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“Já tenho uns aninhos mas a idade não retirou genica... nem paciência para ter que ouvir muitos disparates”
Pedro Ferreira Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas

“Já tenho uns aninhos mas a idade não retirou genica... nem paciência para ter que ouvir muitos disparates”

Espero que os programas comunitários contemplem, e tudo indica que sim, apostas nas zonas industriais, no empreendedorismo, na eficiência energética e na criação de emprego.

Quais são os maiores constrangimentos à concretização das ideias que considera serem as mais eficazes para a obtenção dos melhores resultados?

Apenas me referirei a constrangimentos relativos a investimentos planificados, enriquecedores na área social, cultural ou económica e que dependem da autorização de diversas entidades estatais. Muitas vezes constato que superiormente não percebem nem valorizam uma estratégia local ou regional. E burocraticamente emperram ou vão emperrando processos que acabam por se iniciar já desfasados no tempo ou não se chegam a concretizar, perdendo o concelho, a região e o país.

O que o motivava quando iniciou as actuais funções e o que o motiva actualmente?

A resposta seria sempre a mesma: contribuir entusiasmado e dedicado para procurar sempre o melhor para a minha terra e para as suas gentes.

O que descobriu sobre si próprio e que desconhecia ao longo do tempo que tem exercido o seu cargo?

Que a idade, e “já tenho uns aninhos”, não me limitou minimamente a “genica”, a capacidade de trabalho e a paciência para ter que ouvir muitos disparates…

Sempre foi exigente consigo mesmo? E o grau de exigência tem aumentado?

Sou capricorniano… “bem organizadinho” e não gosto de perder nem a “feijões”. O meu grau de exigência comigo próprio tem aumentado com o multiplicar de responsabilidades.

E é tão exigente com os outros como é consigo?

Tento ser. Mas há pessoas tipo “pedra dura” que esgotam as energias. O pior é quando concluo que nalguns casos já não valerá a pena exigir mais. Todos sabemos que há o mundo da mediocridade por vontade própria.

Que factores têm sido determinantes para o desempenho das suas funções?

Os factores determinantes têm sido a facilidade de trabalhar em grupo, a serenidade e o discernimento perante dificuldades. E uma quase permanente boa disposição.

Liderar é algo que qualquer um pode aprender?

Desde que saiba ouvir, tenha a humildade de corrigir ideias próprias perante outras melhores e seja capaz de, no momento certo, decidir e exigir, qualquer um poderá ser líder. E, já agora, que adquira capacidade para não desistir à primeira.

Na escolha da sua equipa mais próxima o currículo e experiência contam sempre mais que tudo o resto?

Contam o currículo, a experiência e sobretudo a dedicação e a solidariedade ao presidente da câmara.

Tem sido fácil recrutar os trabalhadores certos para a sua instituição?

Não tem sido nada fácil. O que não significa que numa estrutura com cerca de 600 funcionários não sobressaiam excelentes trabalhadores e trabalhadoras e dirigentes.

As regras da sua instituição permitem um eficaz reconhecimento e uma adequada compensação do mérito das pessoas que lá trabalham?

As regras oficiais estão longe de permitir o podermos compensar o mérito a quem o merece. As regras de avaliação do funcionalismo público são escandalosamente limitadoras, criadoras de desconforto para quem avalia e muito injustas para quem dá o seu melhor pelo serviço público.

Quanto tempo dedica ao que faz? Consegue desligar-se por completo alguma vez?

Dedico muitas horas, ultrapassando largamente o que é considerado horário normal de trabalho. Não sendo fácil, consigo desligar-me por completo quando estou com os meus netos!

Está satisfeito, ou conformado, com a política económica do Governo?

Não tem sido fácil por muitos motivos onde se inclui a pandemia, criar estabilidade e desenvolvimento económico no país. Dizer que estou conformado seria assumir deixar de lutar por ideais que defendo para as autarquias. Espero que os programas comunitários contemplem, e tudo indica que irão contemplar, apostas nas zonas industriais, no empreendedorismo, na eficiência energética e na criação de emprego. Dou como exemplo estas por promoverem certamente o desenvolvimento económico.

O que descobriu sobre a sua instituição e sobre as capacidades de quem lá trabalha durante este tempo de pandemia?

Que o retrato popular do “funcionário público” não corresponde à realidade. Descobri funcionários muito dedicados, exigentes consigo próprios, criativos e a contribuir para os melhores resultados a bem do serviço público.

O que gostaria de acrescentar?

Formular o desejo de que as eleições de Janeiro próximo sejam geradoras de estabilidade governativa a bem de todos nós e com reflexos positivos em termos socio-económicos.

“Já tenho uns aninhos mas a idade não retirou genica... nem paciência para ter que ouvir muitos disparates”

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