“Motiva-me liderar uma instituição que é referência para as congéneres”
A escolha da equipa é feita segundo critérios que considero basilares como sejam a partilha de valores e princípios com os quais também me identifico. E não posso descurar nem esquecer os profissionais que comigo trabalham todos os dias.
De que forma os seus conhecimentos académicos foram determinantes para o que faz?
A minha experiência profissional, mais do que os meus conhecimentos académicos, ligada à área de seguros, deram-me algumas competências que considero determinantes para o cargo que exerço. Para além disso, o cargo exige uma actualização constante e tenho vindo também ao nível formativo a acompanhar essa necessidade.
Como escolheu fazer o que faz?
Era um objectivo pessoal que tracei e que trabalhei para o conseguir conquistar. Na instituição fiz um percurso que me fez caminhar para o cargo de Provedor tendo iniciado e apoiado as mesas administrativas anteriores noutros cargos/órgãos directivos.
O que descobriu sobre si próprio ao longo do tempo que tem exercido o seu cargo?
Sensibilidade à fragilidade humana que me emocionam e me fazem agir perante as necessidades com que me deparo no cargo que exerço.
O que o motivava quando iniciou e o que o motiva actualmente?
Motivava-me poder apoiar uma instituição secular, desenvolvê-la e alavancá-la para o cumprimento da sua missão, 14 Obras de Misericórdia, adequando-as aos tempos actuais. Agora motiva-me mais ainda liderar uma instituição com uma projecção de renome nacional que, pelo desempenho que tem na sociedade e serviços que presta, se tem tornado numa referência para as demais, suas congéneres.
Que critérios presidem à escolha da sua equipa?
A escolha da equipa da Mesa Administrativa é feita segundo critérios que considero basilares como sejam a partilha de valores e princípios com os quais também me identifico. E não posso descurar nem esquecer os profissionais que comigo trabalham todos os dias, directamente, e que me ajudam a fazer melhor misericórdia e um trabalho que marcará, sem dúvida, este meu período de passagem pela instituição.
Tem sido fácil recrutar trabalhadores para a instituição?
Nos dias de hoje nada é fácil. Fazer um processo de recrutamento e selecção é uma responsabilidade porque nem sempre se acerta e depois não existem actualmente no mercado profissionais para algumas áreas, das quais destaco ajudantes de lar e trabalhadores de serviços gerais. Não posso esquecer também, em pleno período pandémico, a escassez de enfermeiros por que passámos e que nos trouxe momentos de grande constrangimento que, felizmente, conseguimos ultrapassar.
E as condições contratuais?
As negociações com sindicatos, e a falta de acordos, estão a promover um descontentamento e desmotivação pela ausência de estratégia salarial, principalmente para quadros que se encontrem acima da remuneração mínima mensal garantida.
Quais são os maiores constrangimentos à sua actividade?
Os maiores constrangimentos passam por não conseguir responder a todas as situações sociais e expectativas de todas as pessoas. Para além disso, não conseguir atingir objectivos no tempo desejado uma vez que as acções que dependem de outros impactam na nossa própria acção. Economicamente também os tempos são difíceis porque as promessas são muitas, os apoios poucos e os encargos crescentes.
Qual a avaliação das políticas para o seu sector?
Existem áreas onde reconheço que existe um trabalho meritório, reconhecido por todos (a estratégia da vacinação, por exemplo). E existem outras das quais sou completamente contra, como sejam a falta de apoios para as instituições do terceiro sector que vivem momentos difíceis e que se agravaram com a pandemia, onde a insustentabilidade é uma realidade e as exigências são muitas. E posso, ainda, falar da ausência de uma política de protecção das pessoas idosas que considero maioritariamente desprotegidas.
O que não lhe perguntamos que gostaria de responder?
O que gostava de realizar no curto e médio prazo. Nesse âmbito, quero concluir o Lar de Idosos que estamos a ampliar e requalificar e ter o gosto de o colocar em funcionamento. Para além disso, desenvolver projectos que possam resolver algumas das dificuldades que temos com a fixação de profissionais através da criação e promoção do mercado imobiliário local, assim como projectos que perpetuem aqueles que trabalharam/trabalham na instituição e os que em nós confiam os seus legados para deles fazer uso em prol dos que mais precisam.