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“Não sei tudo por isso rodeio-me de pessoas que me ajudam a tomar as melhores decisões”
Luís Miguel Albuquerque Presidente da Câmara Municipal de Ourém

“Não sei tudo por isso rodeio-me de pessoas que me ajudam a tomar as melhores decisões”

Sou muito exigente com os outros, sobretudo com quem trabalha comigo, mas sou ainda mais exigente comigo.

Há coisas que sentimos que somos capazes de fazer mas que nunca temos a oportunidade de provar. Quando temos essa oportunidade e conseguimos provar a nós próprios que estávamos certos é muito recompensador. Depois de ser eleito presidente da câmara descobri que gosto ainda mais do concelho de Ourém e de me envolver na causa pública. E pelos resultados que obtivemos agora nas autárquicas algum jeito devo ter.

A liderança é uma qualidade inata, que nasce connosco e que é aperfeiçoada ao longo da vida. Uma pessoa cujo perfil não revele características de um líder pode sentir muitas dificuldades para liderar um grupo, para se impor e ganhar o seu respeito. Um dos segredos é o exemplo: liderar pelo exemplo.

Sempre fui muito exigente comigo mesmo e essa exigência aumentou desde que fui eleito presidente da Câmara de Ourém. Isso acontece porque sei exactamente o que os oureenses esperam de mim e a tarefa hercúlea que é dirigir um concelho desta dimensão. Sou muito exigente com os outros, sobretudo com quem trabalha comigo, mas sou ainda mais exigente comigo.

A formação académica só tem o peso que a experiência lhe permite ter. Ou seja, a minha formação é na área económica, mas só isso não basta para me habilitar a ser um bom presidente de câmara. Há outros factores determinantes como a experiência e o conhecimento sobre várias áreas. Acredito que estamos em constante evolução. Ninguém sabe tudo sobre todas as coisas e, por isso, procuro rodear-me de pessoas com conhecimento em diversos sectores, que me ajudam a tomar as melhores decisões.

O meu pai foi presidente da Câmara de Ourém, Governador Civil de Santarém e deputado à Assembleia da República, pelo que se tornou natural esta minha convivência com as causas públicas, embora eu estivesse longe de imaginar que um dia poderia ser presidente da câmara. O caminho muito próprio que trilhei, ao longo dos últimos anos, acabou por resultar no que sou hoje. Fui adjunto do presidente, vereador da oposição e agora presidente da câmara. É uma evolução natural resultante de uma experiência de vida intimamente ligada ao desenvolvimento do concelho de Ourém.

Para alguém trabalhar comigo conta o currículo mas contam também outras qualidades. A experiência, o grau de profissionalismo e comprometimento, bem como a paixão pelo trabalho que desenvolvemos são também importantes. E a lealdade é essencial para o sucesso do trabalho em equipa.

Uma câmara municipal está obrigada a respeitar a legislação em vigor no que concerne à contratação pública de recursos humanos. Esses critérios tornam a gestão da câmara bem diferente de uma empresa privada e nem sempre conseguimos recrutar os trabalhadores que entendemos como mais adequados. No entanto, olhar para dentro da nossa própria organização e descobrir quais os colaboradores indicados para determinadas funções também é muito aliciante e compensador, sobretudo, quando conseguimos “descobrir” a pessoa certa para exercer determinada função.

A legislação obriga a que os trabalhadores da função pública recebam em função do tabelado tenham ou não mérito no que fazem. É injusto não podermos compensar o mérito porque isso pode levar a que alguns se possam sentir desmotivados.

O maior constrangimento à actividade da câmara municipal é o peso tremendo da máquina burocrática. Mesmo percebendo as razões da sua existência não deixo de lamentar que se torne tão pesada ao ponto de condicionar e, muitas vezes, impedir a concretização de projectos importantes para o desenvolvimento de um concelho. Porque impede o cumprimento de prazos e não nos permite atingir os objectivos a que nos propomos.

O Governo, por força dos acordos que tem firmado com os partidos de esquerda, tem tomado diversas medidas com as quais não posso concordar. Entendo que Portugal deveria ter uma política muito mais vocacionada para o apoio às empresas pois são elas que criam emprego e consequentemente riqueza. Mais iniciativa privada e menos Estado é algo que defendo para melhorar a situação económica do nosso país.

Sou um acérrimo defensor do processo de descentralização de competências para as autarquias que se encontra em curso. Lamento que não tenha associado o pacote financeiro adequado, o que só vai acentuar, ainda mais, as dificuldades por que passam hoje os municípios.

Gostaria de acrescentar que tem sido uma honra presidir à Câmara Municipal de Ourém e sentir o carinho que os oureenses me dispensam diariamente. Sublinho o contributo decisivo de todos os que trabalham comigo e quero deixar bem vincado o orgulho que sinto ao constatar que um jornal com a dimensão de O MIRANTE reconhece a Câmara de Ourém como uma marca de prestígio e o seu presidente como um líder de confiança. É uma honra muito gratificante que, desde já, vos agradeço.

“Não sei tudo por isso rodeio-me de pessoas que me ajudam a tomar as melhores decisões”

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