O que mais conta na escolha da sua equipa mais próxima?

Por ironia, nenhum dos meus colegas do Conselho de Administração era do meu conhecimento ou foi escolhido por mim. Viemos a revelar-nos uma equipa coesa, com saberes que se completam e unidos por um propósito comum: prestar os melhores cuidados de saúde à população do distrito de Santarém.

Como descreveria resumidamente o Hospital de Santarém?

Uma instituição cada vez mais diferenciada sobre o ponto de vista técnico com grande qualidade no tratamento dos seus utentes e que se afirma pela vertente humanizadora.

O que descobriu sobre si própria ao longo do seu percurso profissional?

A capacidade de resiliência e de constante adaptação à mudança.

O que a motivava quando a iniciou e o que a motiva actualmente?

As instituições de saúde são porventura as organizações mais difíceis de gerir. Contribuir, à nossa medida, para que as populações tenham o melhor acesso aos melhores cuidados de saúde é, por si só, gratificante.

Como escolheu fazer o que faz? Seguiu alguma tradição familiar? Foi uma questão de oportunidade?

Certamente que ter pais com profissões de saúde (pai médico e mãe enfermeira) não terão sido totalmente alheios a esta escolha. Enveredar por um percurso de gestão era algo natural depois das escolhas académicas.

Que importância tem a formação académica no que faz?

Tanto a licenciatura em Sociologia do Trabalho e das Organizações assim como a especialização em Administração Hospitalar forneceram-me ferramentas para gerir tecnicamente uma instituição hospitalar. A experiência e personalidade de cada um faz com que a gestão seja, além de uma ciência, uma arte.

Tem sido fácil fazer o recrutamento de pessoal?

Os hospitais não têm tido, nos últimos anos, autonomia para contratar os recursos humanos que necessitam. Têm, no entanto, na sua orgânica um serviço próprio de recrutamento de pessoal que obedece a todas as regras de recrutamento na administração pública. A fixação de profissionais altamente qualificados, como é o caso entre outros, de médicos e enfermeiros tem sido, ao longo dos anos recentes, uma aposta que temos vindo paulatinamente a procurar vencer. Nem sempre tem sido fácil no contexto de grande incremento do sector privado da saúde.

Quais são os maiores constrangimentos à actividade do Hospital de Santarém?

Os maiores constrangimentos à actividade hospitalar são sem dúvida os deficits orçamentais estruturais e a falta de autonomia na contratação de recursos humanos. A burocracia a que estamos sujeitos também não ajuda ao desenvolvimento de dinâmicas que se pretendem mais céleres.

Quanto tempo dedica ao que faz? Consegue desligar-se por completo alguma vez?

Nestes cargos é difícil desligarmo-nos completamente do trabalho ainda mais com a disponibilidade das novas tecnologias que nos vieram exigir que demos respostas imediatas e a qualquer hora do dia.

Qual a importância da família para o seu desempenho profissional?

A importância da família é fundamental. Tenho a sorte de ter um marido que teve a mesma profissão que eu e que por isso compreende a exigência de uma disponibilidade constante, as longas horas de trabalho e o desgaste físico e emocional que uma profissão desta natureza acarreta.

O que pode acrescentar sobre prestígio e liderança com base na sua experiência?

Não há liderança sem motivação de todos os profissionais. Criar empatia, envolvendo todos num projecto comum é essencial para o sucesso das organizações. Liderar também significa decidir em prol do colectivo sendo certo que nem sempre podemos alcançar o impossível e agradar a todos como gostaríamos. O prestígio advém dos resultados alcançados.

O que não lhe perguntamos que gostaria de responder?

Os profissionais do Hospital de Santarém souberam dar uma resposta eficiente ao desafio com que fomos confrontados e continuam diariamente a dar o seu melhor no tratamento dos seus doentes. Por isso estamos muito gratos!.