“Portugal tão depressa está em evolução como em depressão”
As condições políticas estão constantemente a mudar… desconhece-se sempre o rumo. O país tão depressa está em evolução como em depressão, e isso cria incertezas em todos os empresários.
Tenho tido sempre equipas muito interessantes e muito dedicadas. Para escolher as pessoas certas tenho em conta, para além do currículo, as qualidades humanas, a competência, a dedicação, a fidelidade e a seriedade.
Escolhi a minha profissão aos 11 anos ao observar os electricistas da câmara municipal que montavam as iluminações e o som para os arraiais da festa das vindimas, em Alpiarça. Senti que tinha vocação para aquele trabalho e não me enganei.
O motivo que me levou a formar a empresa foi a identificação das necessidades de mercado, das valências que tínhamos para oferecer. Hoje em dia são os mesmos desafios que o mercado nos coloca para manter uma evolução e acompanhar os desenvolvimentos de todas as áreas que os nossos clientes necessitam.
Nesta altura verifica-se uma necessidade muito grande de pessoas com formação na área de electricidade. Isso acontece, entre outros motivos, porque nos anos 70, os governos decidiram fechar as escolas industriais. Hoje as pessoas que trabalham na área da electricidade, electromecânica e mecânica são maioritariamente auto-didactas.
Os maiores constrangimentos à actividade da Teletejo são a incerteza que se vive devido às condições políticas que estão constantemente a mudar… desconhece-se sempre o rumo. O país tão depressa está em evolução como em depressão, e isso cria incertezas em todos os empresários.
No início da empresa trabalhava 24 sobre 24 horas, todos os dias da semana e dormia apenas 4 a 5 horas. A família era a âncora do meu desenvolvimento profissional mas foi prejudicada por isso apesar de procurar ser um pai presente e um marido dedicado. Hoje dedico muito tempo à empresa, mas reservo algum para o lazer e para o descanso.
Sou a favor das associações empresariais mas o português tem pouca vocação para o associativismo. Já fui fundador de algumas associações e existia sempre um espírito de desconfiança entre as pessoas que as leva a não contribuírem para soluções ou para assumirem compromissos. É assim no país inteiro.