Como qualquer ser humano ao longo dos tempos tive a possibilidade de ir melhorando todos os dias a minha prestação de serviço com especial relevância para o relacionamento humano.

Aquilo que fui fazendo foi sempre fruto de oportunidades que me foram dadas e um desafio às minhas capacidades enquanto pessoa. O sucesso que possa ter tido foi graças às equipas que tive a possibilidade de construir.

Liderar é acima de tudo ser capaz de construir equipas e perceber em cada momento os problemas de cada elemento encontrando sempre no diálogo a solução adequada porque o contributo de cada um é um contributo solidário para o sucesso de todos.

Ser exigente connosco próprios é a fórmula para podermos exigir, da nossa equipa, a mesma postura. Normalmente sou sempre muito mais exigente comigo do que com os elementos das minhas equipas.

Quando faço algo tento sempre chegar ao óptimo mas, tendo presente que isso nem sempre é possível, procuro, de cada vez, fazer melhor aproveitando a experiência que acumulei.

Na escolha das minhas equipas o currículo e a experiência são sempre factores de grande importância, mas há condições que nunca dispenso: a lealdade e a disponibilidade.

O maior constrangimento que ao longo da vida sempre tive para obter o máximo da minha actividade foi a burocracia. E assim continua a ser. Alguns senhores que todos os dias se sentam nos gabinetes de Lisboa e que nunca tiveram de se preocupar em ter dinheiro para pagar os impostos e para pagarem aos fornecedores e aos funcionários continuam a ditar as regras. E muitos de nós, por muito que trabalhemos e nos dediquemos às nossas empresas e organizações, dificilmente iremos conseguir atingir os resultados que somos capazes de atingir.

Actualmente, qualquer pessoa que queira ter êxito tem que se dedicar vinte e quatro horas por dia aos seus projectos. E tal não se consegue sem o apoio permanente da família. A família é um elemento importante nas nossas vidas e nunca é possível dissociar a mesma do nosso desempenho profissional. É essa a minha experiência.

Esta situação de pandemia aprofundou a minha necessidade de continuar a investir nas verdadeiras amizades. Passei a dar mais importância à vida, à família e aos verdadeiros amigos.

O que desejava era que cada um de nós soubesse retirar dos momentos que o mundo viveu nos últimos dois anos os ensinamentos necessários para podermos, todos, criar um mundo em que cada ser humano, independentemente do local onde nasceu ou da sua condição económica, pudesse ter as condições necessárias para ter uma vida digna.