“Um verdadeiro líder não se escuda nos outros para justificar os seus insucessos”
O líder não se deve escudar nos outros para justificar insucessos. Se as coisas não funcionam assumo a responsabilidade.
Qual o peso da sua formação académica no exercício do seu cargo?
A formação académica que tenho ajuda naturalmente no desempenho destas funções tendo em consideração a abrangência que a mesma tem. Contudo, o factor mais determinante na minha acção, que considero positiva, é o conhecimento que tenho do concelho e a proximidade com as pessoas.
O que o motivava quando iniciou as actuais funções e o que o motiva actualmente?
A motivação é precisamente a mesma que tinha quando iniciei estas funções. Fazer o melhor que sei e posso em prol do desenvolvimento do meu concelho e desta população.
O que descobriu sobre si próprio ao longo do tempo que tem exercido o seu cargo?
Uma capacidade de resiliência às adversidades superior à que pensava ter, bem como uma capacidade superior para “encaixar” as injustiças que este cargo implica suportar.
Como escolheu fazer o que faz?
Tudo aconteceu de forma natural de acordo com a oportunidade que, a determinado momento, surgiu.
Liderar é algo que qualquer um pode aprender?
Sinceramente, acho que não.
Sempre foi exigente consigo mesmo? E o grau de exigência tem aumentado?
O grau de exigência tem aumentado. Sou muito crítico de mim próprio. Vejo-me com limitação e lamento a falta de algumas virtudes.
E é tão exigente com os outros como é consigo mesmo?
Devia ser mais exigente com os outros. Nunca imputei a outros culpas pelos insucessos que tive apesar de o poder ter feito porque, objectivamente, a culpa não era minha. Contudo, acho que o líder não se deve escudar nos outros para justificar insucessos. Se as coisas não funcionam assumo a responsabilidade.
O bom é inimigo do óptimo como por vezes se ouve dizer ou isso é desculpa para não se fazer melhor?
Acho, com sinceridade, que o bom é inimigo do óptimo.
Na escolha da sua equipa mais próxima o currículo e experiência contam sempre mais que tudo o resto?
A escolha das equipas deve conjugar um conjunto de factores mas muitas vezes, na prática, nem sempre tudo funciona como perspectivamos.
Tem sido fácil recrutar os trabalhadores certos para a sua instituição?
Nem sempre.
As regras da sua instituição permitem um eficaz reconhecimento e uma adequada compensação do mérito das pessoas que lá trabalham?
Infelizmente não se consegue, por culpa das “regras” instituídas, compensar o mérito de todas as pessoas que mereciam ser reconhecidas.
Quanto tempo dedica ao que faz?
Dedico, praticamente, todo o meu tempo disponível. Não tenho hobbies e devia ter. Têm sido anos, comprovadamente, de dedicação extrema a estas funções. Nunca me consigo desligar.
Qual a importância da família para o seu desempenho profissional?
Uma enorme importância. A minha família, em particular a minha mulher, tem sido um suporte fundamental para que eu possa exercer este cargo com grande tranquilidade e dedicação.
Está satisfeito, ou conformado, com a política económica do Governo?
Não tenho alternativa a não ser estar conformado…
O que vai mudar após a pandemia?
No essencial não existirão grandes alterações face ao que estava instituído.
O que aprendeu nestes últimos dois anos?
Aprendi que as pessoas têm uma enorme capacidade de se adaptarem às circunstâncias, de empenho para lutar contra as adversidades. Na autarquia fiquei extremamente satisfeito pela forma abnegada e compreensiva com que os trabalhadores perceberam que tinham de mudar procedimentos e horários no superior interesse dos munícipes. Foram inexcedíveis!
O que gostaria de acrescentar?
Acrescento apenas uma frase que várias pessoas citam e que pratico diariamente: “O segredo para o sucesso não sei qual é, para o insucesso é a todos querer agradar.