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Novo funcionamento das reuniões de câmara de Azambuja gera contestação
Cidadãos que queiram intervir nas reuniões de câmara em Azambuja passam a ter que se inscrever e dizer qual o assunto que querem abordar com a antecedência mínima de seis dias úteis (foto DR)

Novo funcionamento das reuniões de câmara de Azambuja gera contestação

Cidadãos que queiram intervir passam a ter que se inscrever e a dizer ao que vão seis dias antes da data de realização da reunião pública do executivo. Medida não foi bem recebida pela população.

Os cidadãos que queiram intervir numa reunião pública da Câmara de Azambuja passam a ter que se inscrever e dizer qual o assunto que querem abordar com a antecedência mínima de seis úteis. A medida faz parte do novo regulamento de funcionamento das reuniões e está a gerar indignação entre a população e vereadores da oposição à direita.

Na última reunião do executivo o munícipe José Caetano, que é presença assídua nas sessões “há mais de 16 anos”, expressou a sua indignação sobre a nova medida. “Entendo que não tenho que enviar um email a dizer ao que venho e quais são os assuntos que tenho a tratar. Se assim é, trabalha-se para o afastamento das pessoas do interesse público e dos políticos”, disse o munícipe explicando que só soube da medida momentos antes da reunião, através da vereadora do Chega, Inês Louro.

Também outros cidadãos presentes na sessão se mostraram indignados com a nova medida. “Tem havido intervenções do público muito válidas. Podem responder noutra altura, mas seis dias de antecedência, não posso concordar”, disse José Manuel Pratas.

O presidente do município, Silvino Lúcio, não impediu os munícipes presentes de intervirem justificando a abertura de uma excepção pela ausência de comunicação dessa alteração aos munícipes. No entanto, no edital da reunião de câmara a que O MIRANTE teve acesso lê-se que “de acordo com o novo regimento, os munícipes interessados em intervir no período destinado ao público, para solicitar esclarecimentos, terão de fazer a sua inscrição com antecedência mínima de seis dias úteis indicando o assunto a tratar”.

O socialista que lidera o município referiu ainda que a intenção da nova medida era saber quais os assuntos a abordar pelos munícipes para que estes possam sair esclarecidos da reunião de câmara. “Se correr mal a qualquer momento podemos alterar”, referiu Silvino Lúcio, acrescentando mais tarde que o regulamento iria voltar a ser discutido pelo executivo na próxima reunião.

O vereador do PSD, Rui Corça, disse não compreender como é que se aprova um regimento “que impede os munícipes [de ir] espontaneamente manifestar aquilo que entendem” para depois não se fazer cumprir e ser “alterado ao sabor dos acontecimentos”. O social-democrata classificou ainda este regulamento como “inoportuno e desrespeitador dos direitos dos munícipes”. O regimento, recorde-se, foi aprovado com os votos favoráveis do PS e CDU e os votos contra do PSD e Chega.

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