Administrador sacode culpa para o Governo na reunião com autarcas
Autarcas reuniram-se com ministra da Saúde. Administrador sacudiu a culpa para a tutela e a tutela empurrou o assunto para a próxima legislatura.
Os autarcas dos cinco concelhos servidos pelo Hospital de Vila Franca de Xira, que não estão satisfeitos com a qualidade do serviço prestado naquela unidade de saúde, reuniram-se com a ministra da Saúde, Marta Temido, apenas para a fotografia e não saíram com garantias de melhorias imediatas da situação.
A ministra, que aquando da reversão do hospital para a esfera pública prometeu que os cuidados de saúde não iriam piorar, ouviu as preocupações dos autarcas, mostrou-se solidária mas desta vez não prometeu nada que mude o estado de coisas, empurrando a solução para o Governo que sair das próximas eleições, em Janeiro.
No caderno de apontamentos os presidentes de Arruda dos Vinhos, Alenquer, Azambuja, Vila Franca de Xira e Benavente levaram as queixas sobre a cada vez maior falta de capacidade de resposta do hospital e dos centros de saúde e uma grande falta de recursos humanos sobretudo médicos e pessoal auxiliar. Em cima da mesa estiveram também as preocupações com a capacidade do hospital em dar resposta este Inverno a um eventual pico de afluência às urgências por causa da gripe.
O responsável pela gestão da unidade hospitalar, Carlos Andrade Costa, também esteve na reunião mas sacudiu a responsabilidade para o ministério dizendo estar ainda num processo de transição e lamentando ter pouca autonomia financeira para resolver os problemas.
Na reunião que Carlos Andrade Costa teve com os presidentes de câmara, na semana passada, a culpa foi novamente atribuída à tutela. Segundo explicou Silvino Lúcio, presidente da Câmara da Azambuja, em reunião pública do executivo, o administrador do hospital terá lamentado um processo de transição marcado por dificuldades. “Ele diz que está num processo de transição, que as coisas no sector público têm procedimentos que no privado são mais aligeirados. E que só tem autonomia de despesa na ordem dos 80 mil euros quando no privado não há limite”, explicou. E depois da polémica não renovação com quem estava a recibo verde os autarcas ficaram também a saber da saída de 19 médicos. “Disse-nos que houve um problema com uma chefe de serviço em que se incompatibilizaram 19 médicos que acabaram por sair do hospital e foram para outras unidades. Segundo ele, isso veio transtornar os serviços”, explicou o autarca de Azambuja. Os cinco municípios prometem continuar a acompanhar a situação de forma conjunta, mesmo não sendo uma competência municipal.