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Empresários de Tomar constituíam uma das quadrilhas mais violentas do país
Polícia Judiciária deteve grupo criminoso violento, entre os quais homicídio, que residia na zona de Tomar

Empresários de Tomar constituíam uma das quadrilhas mais violentas do país

Polícia Judiciária deteve, por homicídio, sequestro e branqueamento de capitais, dois homens e duas mulheres que considerou dos grupos criminosos “mais violentos dos últimos tempos”. Usavam métodos cruéis para extorquir bens às vítimas em vários pontos do norte e centro do país. Uma idosa morreu devido a actos de tortura.

Homicídio, sequestro agravado, roubo, furto qualificado, branqueamento de capitais e associação criminosa são os crimes que levaram a Polícia Judiciária (PJ) a deter, na sexta-feira, 12 de Novembro, um grupo de quatro empresários – dois homens e duas mulheres - residentes na zona de Tomar, um deles ex-sócio da empresa Binary Legacy, que explora o “Tomar Padel”. A investigação decorre desde 2017.

Perante a difusão da informação de que a empresa estaria associada a práticas criminosas os actuais proprietários desmentiram peremptoriamente nas redes sociais qualquer tipo de envolvimento. José e Filipe Brito, donos da empresa, esclarecem que o processo decorre contra um dos seus ex-sócios e gerente, acrescentando que, “uma vez que o bom nome e reputação da empresa foi arrastado para a praça pública e a investigação não respeitou o segredo de justiça, custando desde logo a retirada de patrocínios”, a sociedade viu-se obrigada a publicar um direito de resposta a demarcar-se de qualquer actividade ilícita.

José Brito refere ainda que lhe foi apreendida uma conta bancária, com dinheiro legítimo do clube e reconhecido pelas autoridades, que o obrigou a investir todas as suas poupanças pessoais para que o clube não fechasse.

Detidos na A13 perto de Tomar

Os detidos são dois homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 26 e 46 anos, dois dos quais com antecedentes criminais ligados a roubos, furtos e detenção de armas de fogo proibidas. Os homens foram detidos na A13, próximo de Tomar, e as mulheres foram detidas posteriormente.

Os indivíduos já foram presentes às autoridades, que decidiram pela prisão preventiva dos dois homens, enquanto as mulheres ficaram sujeitas a apresentações bissemanais, à proibição de se ausentarem do concelho de residência e ao pagamento de uma caução de 20 mil euros cada.

Segundo a PJ, através do director da zona Centro, Jorge Leitão, o grupo é um dos “mais violentos dos últimos tempos” utilizando, sempre que necessário, a violência extrema para atingir os seus objectivos, que eram ficar com os bens materiais das vítimas. “Num dos casos em investigação, uma das vítimas acabou por falecer”, afirmou.

Regaram octogenário com gasolina e pegaram-lhe fogo

A PJ relatou que, numa das acções violentas atribuídas ao grupo, ocorrida em Dezembro de 2018 no concelho de Vila Nova de Foz Coa, foi torturado barbaramente um casal octogenário com a finalidade de os obrigar a entregar a chave de acesso a um cofre, provocando a morte da mulher e graves ferimentos no homem, que chegou a ser regado com combustível e incendiado.

O grupo seleccionava as vítimas de forma criteriosa em toda a zona centro/norte do país, sobretudo residências de comerciantes que teriam valores consideráveis em casa. De acordo com as autoridades, trata-se de um “grupo bem organizado, violento, que estudava bem os alvos”, e ainda “meticuloso” uma vez que usava equipamento de vigilância, nomeadamente binóculos, rádios, telemóveis e coletes.

A operação foi realizada em articulação com o Departamento de Investigação Criminal da Guarda da Polícia Judiciária e com a colaboração operacional e ao nível de partilha de informação com a GNR, nomeadamente com os Comandos Territoriais de Coimbra, Leiria, Santarém, Guarda, Viseu e o GIOE - Grupo de Intervenção de Operações Especiais.

Apreendidos 400 mil euros, 10 armas e oito automóveis

Durante as buscas foram apreendidos ferramentas e equipamentos diversos utilizados na concretização dos crimes, 10 armas de fogo e munições, oito veículos automóveis, alguns dos quais de alta cilindrada, uma moto de água e duas moto-quatro, mais de 400 mil euros em numerário das casas das vítimas, ouro no valor estimado superior a 42 mil euros e diversos artigos comprados com verbas provenientes do crime.

Empresários de Tomar constituíam uma das quadrilhas mais violentas do país

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