Não há dinheiro para a variante de Alverca
Versão final do Plano de Recuperação e Resiliência confirma que investimento há muito reclamado pelos autarcas e população não foi contemplado e também saiu da versão final do Plano Nacional de Investimentos 2030. Presidente da Junta de Alverca diz que se trata de uma má notícia e de uma perda considerável para a cidade.
O município de Vila Franca de Xira pressionou o Governo mas não adiantou: o projecto para construção de uma variante à congestionada Estrada Nacional 10 em Alverca não foi contemplado na versão final do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que prevê 14 mil milhões de euros em subvenções até 2026.
E como uma má notícia nunca vem só, a tão esperada variante também já não consta da versão final das fichas de projecto do Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030, que numa fase inicial chegou a alocar 10 milhões para a obra, valor considerado insuficiente para as necessidades do projecto, cujo custo rondaria os 50 milhões de euros.
A variante é uma reivindicação antiga da comunidade e dos autarcas e é considerada uma das formas de contornar a congestionada Estrada Nacional 10. Cláudio Lotra, presidente da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, diz a O MIRANTE que se trata de uma grande perda para a cidade apesar do que diz ter sido “um esforço muito grande” do anterior executivo municipal para que as verbas necessárias para a construção da variante fossem contempladas no PRR.
“Independentemente de quem venha a ganhar as próximas eleições em Janeiro vamos ter de continuar a pressionar o Governo para que a variante possa avançar. É muito necessária para descongestionar a EN 10 e precisamos dela”, refere o autarca a O MIRANTE.
Além dos 14 mil milhões de euros que o PRR vai disponibilizar o país terá a possibilidade também de pedir uns adicionais 15,7 mil milhões de euros em empréstimos a juros reduzidos. No período de discussão pública do PRR Vila Franca de Xira exigiu, além da variante de Alverca, a necessária construção dos nós de acesso à Auto-Estrada do Norte (A1) no Sobralinho e Póvoa de Santa Iria, bem como o complemento do segundo nó de acesso a Vila Franca de Xira.
O concelho está contemplado apenas no PNI, onde continuam inscritos o aumento da capacidade ferroviária da Linha do Norte, no troço entre Alverca e Azambuja, que passará para linha quádrupla e tripla com um investimento previsto de 290 milhões de euros.
Contemplada primeira fase do IC11
O Plano Nacional de Investimentos para 2030 prevê também, depois de uma forte pressão da Comunidade Intermunicipal do Oeste, o financiamento da primeira fase do Itinerário Complementar (IC) 11, que ligará Peniche ao Carregado, um projecto há muito reclamado pelos autarcas da região e cujo traçado já mereceu parecer favorável da Câmara de Vila Franca de Xira. O documento aloca uma verba total de 425 milhões de euros a distribuir também por outros onze projectos, onde se inclui um alargamento da capacidade de tráfego na Estrada Nacional 1 entre Alenquer e Leiria.