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Tomar celebra os 115 anos do nascimento de Lopes-Graça

Programa conta com concertos, uma exposição e a apresentação de um livro

O compositor Fernando Lopes-Graça é evocado, em Tomar, a partir de 17 de Dezembro, por ocasião dos 115 anos do seu nascimento nessa cidade, onde iniciou a carreira como pianista, no cinema local. A primeira etapa das comemorações ocorre precisamente no Cine-Teatro Paraíso, num concerto pela Orquestra Sinfónica Tomarense, sob a direcção musical de Simão Francisco, intitulado “Inspirações”, com início marcado para as 21h30.

Do programa deste concerto consta igualmente a peça “Ma mère”, de Nelson de Jesus, uma encomenda da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras. A peça será apresentada e comentada pelo compositor.

O programa completa-se com o Minueto da Sinfonia n.º 100, “Militar”, de Joseph Haydn, e a “Sinfonieta (Homenagem a Haydn)”, de Fernando Lopes-Graça, que foi uma encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian. A obra teve uma primeira apresentação pública em 1980, tendo sido revista em 1985, “na forma em que será ouvida neste concerto”.

A evocação de Fernando Lopes-Graça, assim como a apresentação e comentários destas duas obras, contarão com o maestro António de Sousa, do coro Canto Firme, que conviveu com o compositor de “Canto de amor e de morte”

No dia seguinte, pelas 11h00, a Casa Memória Lopes-Graça, na Rua Dr. Joaquim Jacinto, onde o compositor nasceu, é inaugurada “uma pequena exposição temporária com alguns objectos do seu acervo”, enquadrando a sessão de apresentação do livro que aborda o período de juventude do compositor, “O Meio musical de Lopes-Graça – I. Memórias Musicais de Tomar - 1900-1931”, de António de Sousa.

No dia 19, pelas 17h00, na Sociedade Banda Republicana Marcial Nabantina, haverá um concerto pelo Coro Canto Firme. Lopes-Graça foi feito “sócio-honorário” desta colectividade tomarense, fundada em 1874. Uma das últimas obras corais de Lopes-Graça, “Tomar”, foi dedicada ao Canto Firme.

Nascido a 17 de Dezembro de 1906, em Tomar, o pianista, compositor e pedagogo Fernando Lopes-Graça foi uma figura emblemática do século XX português tendo-se destacado pelo desenvolvimento de uma intensa actividade cultural, artística, pedagógica e cívica.

Em 1944 inscreveu-se no Partido Comunista Português, ainda na clandestinidade. A sua oposição à ditadura do Estado Novo impediu-o durante muitos de dar aulas e de obter reconhecimento público pelo seu trabalho.

Fundou e dirigiu durante mais de 40 anos o Coro da Academia de Amadores de Música, em Lisboa, para o qual escreveu centenas de arranjos de canções tradicionais, grande parte das quais recuperada à tradição oral, em viagens pelo “Portugal profundo”, numa colaboração com o etnólogo Michel Giacometti.

Fernando Lopes-Graça morreu em 1994 e doou o seu espólio ao Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades Faria, no concelho de Cascais, localidade onde viveu os seus últimos anos.

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