Lacão tem mais encanto na hora da despedida e o empoderamento feminino volta a atacar
Natalício Manuel Serra d’Aire
Não posso deixar passar em branco a despedida do deputado Jorge Lacão depois de 38 árduos anos como parlamentar na Assembleia da República. Deu um contributo inestimável para a democracia portuguesa e, segundo afirmam línguas viperinas dignas de crédito, contribuiu - com os seus dotes oratórios consubstanciados em herméticos e palavrosos discursos - para reparadoras sestas de muitos dos seus colegas parlamentares.
Jorge Lacão foi também presidente da Assembleia Municipal de Abrantes e, em tempos, viveu uma fugaz paixão assolapada pelo Tejo, ao ponto de desfraldar a bandeira da regularização do rio durante uma campanha eleitoral para as legislativas. A areia e cascalho que se vê ao longo do Tejo, de Constância até Salvaterra de Magos, demonstra que a paixão do político não foi correspondida e, muito menos, consumada em actos (também já me aconteceu, embora fossem outras as paixões, isto só para dizer que acontece aos melhores...). Em evocação dessa paixão lacónica, abro a excepção de não ilustrar este artigo com um bombom para os olhos dos leitores mais marotos e apreciadores das curvas femininas e deixo aqui uma imagem de Jorge Lacão em modo Pedro Álvares Cabral do ano 2000.
Solidário Manel, sensibilizou-me a tua defesa dos papa-reformas, esses injustiçados das nossas estradas. E injustiçados não só porque são os bodes expiatórios de tudo o que de mau acontece no trânsito como, ainda por cima, não têm ninguém que os defenda. Repara que até o lince da Malcata, que nunca ninguém viu na vida, uma espécie de gambozino ou de abominável homem das neves da nossa fauna, conseguiu atrair as atenções de ecologistas e ter grande projecção mediática.
Há até partidos que defendem os animais todos por atacado (melgas e pulgas incluídas); existem as mais diversas organizações que defendem tudo e mais alguma coisa, da samarra alentejana ao salpicão transmontano, da loiça das Caldas ao licor de merda (sem desprimor para esses notáveis símbolos da nossa identidade nacional); mas não há uma alma caridosa que se lembre dos papa-reformas.
Quer dizer, não havia antes de tu abraçares essa causa e alertares o mundo para essa inenarrável ignomínia. Parabéns pelo teu alerta e fico à espera dos desenvolvimentos do trabalho que agora iniciaste em prol da dignificação dos papa-reformas.
Mudando de assunto, o presidente da Junta da Barrosa, recentemente eleito, já renunciou ao mandato e não deu cavaco ao povo sobre os motivos que o levaram a tomar tão drástica decisão dois meses depois de ser eleito. Dizem as más-línguas que foi porque a anterior presidente da junta, que não se pôde recandidatar a presidente devido à lei de limitação de mandatos, mas integrou a lista do PS na mesma e era agora tesoureira da junta, queria continuar a mandar na autarquia como antigamente. Será mais um caso emblemático e extremo do famoso empoderamento feminino?
Boas festas e boas sestas
são os votos do Serafim das Neves