O centro de vacinação contra a Covid-19 de Tomar tem estado debaixo de fogo nos últimos dois meses pelo facto de não existir um espaço físico definido desde que foi realizada a mudança do Pavilhão Jácome Ratton para o primeiro piso do pavilhão municipal. Nessa altura existiu muita contestação na população devido às más condições de acessibilidade sobretudo para pessoas com mobilidade reduzida. A situação fez com que o ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) do Médio Tejo bloqueasse a escadaria que dá acesso ao piso superior, ficando o acesso disponível apenas através de um elevador, o que provocava longas filas de espera.

Perante a situação, a autarquia tentou encontrar vários espaços que servissem para o centro de vacinação, nomeadamente no mercado municipal e no Instituto Politécnico de Tomar. No entanto, o ACES Médio Tejo nunca viabilizou essas opções por não estarem reunidas as condições adequadas para o processo.

A 25 de Novembro o município, em conjunto com os directores dos agrupamentos de escolas, visitou as instalações desportivas da Escola de Santa Iria e Gualdim Pais, ficando em cima da mesa a mudança do centro de vacinação para a primeira escola. Embora não tenha ficado decidida a alteração, a Associação de Pais da Escola de Santa Iria manifestou-se publicamente considerando que a medida iria prejudicar o plano curricular dos alunos uma vez que estava previsto que as aulas de educação física se realizassem numa tenda e não no ginásio onde passaria a funcionar o centro de vacinação.

Para colocar um ponto final na polémica, Anabela Freitas, presidente do município, convocou uma conferência de imprensa, que se realizou a 6 de Dezembro, para informar que o centro de vacinação vai ser transferido para a sede do Sporting Clube de Tomar, no piso inferior do Pavilhão Jácome Ratton. “Não queremos uma baixa taxa de vacinação em Tomar por uma guerra que não tem sentido nenhum”, sublinhou.

A autarca referiu que foi o clube que se disponibilizou para ceder as instalações quando percebeu que o assunto estava a tomar proporções exageradas. “Lamento que o ocorrido seja um péssimo exemplo de intolerância e egoísmo. Estivemos e estamos sempre disponíveis para o diálogo, mas o diálogo faz-se a uma mesa e não utilizando crianças nem redes sociais porque isso não resolve nada”, vincou Anabela Freitas, acrescentando lamentar que a Associação de Pais da Escola de Santa Iria possa estar a ser utilizada para “guerras corporativas”.

Anabela Freitas sublinhou, para finalizar, que se chegou a equacionar não instalar um centro de vacinação em Tomar caso não existissem espaços disponíveis e devidamente validados pela autoridade de saúde.